Stonehenge: mistério sobre sua formação é descartado

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Stoneeange é uma famosa estrutura de pedra localizada na planície de Salisbury Plain em Wiltshire, na Inglaterra cuja origem ainda provoca debates no meio científico. O monumento composto por uma série de pedras formando círculos é bastante enigmático e embora existam outros stonehenges, o mais conhecido e estudado é, sem dúvida, o britânico.

O monumento foi erguido há cerca de 5000 anos, entre o período Neolítico e a Idade do Bronze. As pedras menores que compõem o círculo foram trazidas de um local a cerca de 230 quilômetros de distância de onde foram colocadas. Já os megálitos – pedras maiores – foram arrastados de uma pedreira a cerca de 32 quilômetros da construção.

Stonehenge é um calendário perpétuo?

No solstício de verão no hemisfério norte, o sol nasce e põe entre as pedras circulares do Stonehenge, oferecendo um espetáculo que atrai milhares de turistas anualmente. Alguns pesquisadores acreditam, no entanto, que o monumento não é só uma reverência de quando os dias passam a ser maiores do que a noite, mas também uma representação de eventos menos significativos ao longo do ano.

Em 2022, Tim Darvill, arqueólogo da Universidade de Bournemouth, publicou uma pesquisa onde apontava que o monumento de pedras funcionava como um calendário perpétuo, baseado em um ano de 365,25 dias. As 30 pedras horizontais no topo do círculo externo, se multiplicadas por 12, resultam em 360, somando com as 5 pedras do círculo interno, obtém-se 365, o mesmo número de dias de um ano típico.

Além disso, o arqueólogo também considera quatro ‘pedras da estação’ que implica na adição de um dia bissexto a cada quatro anos. Segundo ele, essa adição foi para refinar a cronometragem, que é baseada no calendário civil egípcio.

Contestação da teoria

Recentemente, o matemático Giulio Magli, da Universidade Politécnica de Milão, e o astrônomo Juan Antonio Belmonte, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, na Espanha, contestaram a teoria proposta por Tim Darvil, por se basear em “uma série de interpretações forçadas, numerologia e analogias sem suporte com outras culturas”.

A dupla de pesquisadores considera que Darvil apoia sua tese em argumentos numerológicos, arqueoastronômicos e culturais, e até mesmo que ele aplica pseudociência numerológica. Umas das considerações feitas por Magli e Belmonte é que, o número 12 não é encontrado em nenhum lugar de Stonehenge, enquanto outros presentes no monumento são completamente ignorados.

Além disso, eles pontuam sobre a complexidade de se construir um monumento para identificar cada dia de um ano e as diferenças sutis do Sol, quando provavelmente, assim como outros povos neolíticos, os arquitetos de Stonehenge deviam ser adeptos de algum calendários lunar.

Quanto a ser baseado no calendário egípcio, não existem evidências fortes o suficiente para sustentar essa conexão. Os egípcios também nunca construíram nada que marcasse os dias com precisão como sugerido por Darvil e nem mesmo utilizavam de um ano bissexto, pelo menos não na época em que Stonehenge foi construído.

Agora, pode ser que o arqueólogo Tim Darvil possa ter respostas para as refutações de Magli Belmonte, que apoiem a sua ideia sobre o calendário de Stonehenge. E esse provavelmente não será o último debate sobre as pedras.