Uma das propostas mais controversas sobre a vida após a morte (ou algo nessa linha) tem a ver com a clonagem digital. Por exemplo, em uma espécie de tecnologia que simula precisamente a personalidade de quem se foi, permitindo a quem ficou continuar tendo a companhia da pessoa.
Atualmente, essa ideia tem ganhado mais força graças aos avanços da inteligência artificial generativa. Porém, ainda há muitas dúvidas e dilemas éticos a esse respeito. Inclusive, porque a clonagem digital envolve não só os interesses das pessoas vivas, como os do clonado.
Em um novo estudo, o professor Masaki Iwasaki, da Universidade Nacional de Seul, buscou analisar como as pessoas avaliam a clonagem digital. E a ideia se mostrou mais aceitável para os casos onde a pessoa falecida deu permissão antecipadamente (58% dos entrevistados).
Receio com a clonagem digital
Mas mesmo assim, essa “ressurreição virtual” dividiu opiniões. Muitos foram relutantes com qualquer procedimento do tipo, mesmo com consentimento do falecido. Já sem a pessoa ter dado consentimento (ou até com o falecido tendo discordado da clonagem quando era vivo), apenas 3% dos entrevistados aceitaram a ideia – e quando a pergunta foi sobre se o entrevistado aceitaria ser clonado, 59% das respostas foram negativas.
Iwasaki aponta que uma atitude cautelosa é documentar os desejos relacionados à própria morte. Como uma comunicação clara à família para ser considerada em momentos futuros. Algo que faz bastante sentido, já que ferramentas e aplicativos de inteligência artificial já estão bem avançados quando o assunto é chatbots personalizados e geração de avatares.