Segundo a empresa, o Fusca representou 40% de share das comercializações por meio do site e app, entre janeiro e novembro de 2023, dentre os modelos avaliados. O “Besouro” figura à frente de outros clássicos como Gol e Opala.
Essa impressão é compartilhada pelo empresário e automobilista Gustavo Brasil, que atua na compra e venda de carros antigos. Nunca foi um modelo de alto valor ou exótico, mas está entre os mais desejados por quem inicia nesse hobby.
“O Fusca vendeu muito, dessa forma, muita gente tem relação emocional com o modelo, pois quase todo mundo que nasceu no século passado tem alguma história, seja aventura ou desventura com o ‘Besouro’. Além disso as formas arredondadas simpáticas mantiveram o carro também como objeto de desejo das crianças, atingindo assim a várias gerações de interessados pelo modelo”, afirma Brasil.
O próprio antigomobilista, dentre vários modelos antigos e raros, mantém um Fusca 1300 de 1970 desde 1999: já foi carro de uso cotidiano e levou os dois filhos para a maternidade. Gustavo Brasil elenca os modelos mais desejados e que podem valorizar com o passar do tempo.
“Os modelos esportivos e raros sempre serão os mais cobiçados. Vamos abater dos modelos alemães, que puxaram essa fila primeiro. Sugiro a compra do 1600S, e as séries especiais dos anos 80, Prata, GL, Love, Verde Cristalino e Última Série. Eles não têm tanta coisa especial, mas como fabricaram poucos, tendem a ficar cobiçados”, recomenda Brasil.
História do Fusca
O Volkswagen Fusca surgiu de uma encomenda de Adolf Hitler, que queria um carro popular para os alemães. O projeto foi feito por Ferdinand Porsche, e a produção marcou a criação da Volkswagen. A Segunda Guerra atrapalhou os planos e somente no final a década de 1940 que o modelo de fato engrenou.
Batizado inicialmente de Volkswagen Sedan, o modelo chegou aqui em 1953, quando começaram as operações da Volkswagen no Brasil. Naquele mesmo ano, teve sua produção inaugurada em um galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo, no sistema CDK, que consiste em enviar um veículo completamente desmontado para ser finalizado no país onde será vendido.
Em 20 de janeiro de 1959, teve sua fabricação 100% nacional iniciada na unidade Anchieta da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP). Ao longo de sua trajetória, o Fusca manteve sua essência com diferentes versões do motor quatro-cilindros refrigerado a ar, transmissão manual de quatro marchas e tração traseira. Chegou primeiro com um motor 1.200 cm³, que cresceu para 1.300 cm³ em 1967, entregando 45 cv brutos.
A versão de 1.500 cm³ foi introduzida em 1970, oferecendo 52 cv e alterando o porte do modelo, conhecido como “Fuscão” devido à ampliação da bitola traseira em 62 mm. A transição para o motor de 1.600 cm³ ocorreu em 1974, equipado com dupla carburação e rendendo 65 cv. Essa mudança trouxe não apenas uma potência superior, mas também ajustes na bitola dianteira, para-brisa maior, sistema de ventilação interna e pisca-alerta.
O modelo passou por reestilizações e séries especiais, como a Prata, lançada em 1979. Em 1983, o nome oficialmente foi substituído por Fusca. Em 1984, o carro ganhou freios a disco na dianteira, e a produção se concentrou exclusivamente na versão 1.600. Em 1985, foi introduzida a versão 1.600 movida a etanol. A produção foi retomada em 1993, encerrando-se em 1996.
O Fusca teve mais de 30 anos de produção e mais de 3,1 milhões de unidades fabricadas no Brasil. O Dia Nacional do Fusca serve para lembrar da importância do modelo, ícone cultural até hoje.