De um total de 250 medidas protetivas de urgência expedidas, desde agosto de 2018 quando teve início a atuação da Patrulha Maria da Penha, em Cacoal, 218 mulheres foram atendidas pela Polícia Militar. Além de dar total suporte às vítimas, o projeto visa um policiamento direcionado para a prevenção à violência doméstica e familiar contra a mulher.
“Estas medidas asseguram às mulheres usufruir dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, tendo a oportunidade de viver sem violência, preservando a saúde física e mental. A Patrulha Maria da Penha tem a missão de fazer com que essas medidas sejam cumpridas e respeitadas, mas nossa atuação vai muito além”, explica a sargento PM Juliane Lorenzon, comandante da Patrulha em Cacoal.
As medidas protetivas são um mecanismo criado pela justiça para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar.
Atualmente, a Patrulha Maria da Penha do 4º Batalhão de Polícia Militar atende 160 mulheres vítimas de agressão em Cacoal, foi criada pela patrulha, inclusive, uma Rede de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica em Cacoal, chamada “Mulheres de Fibra”. O objetivo é fomentar nas mulheres o desejo de independência e de uma vida melhor, oferecendo cursos e capacitações que possam aumentar a inserção no mercado de trabalho.
Coordenado pelo 4º Batalhão, o projeto “Mulheres de Fibra” tem entre os apoiadores, a Defensoria Pública, a Delegacia da Mulher, o Ministério Público, o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), a Ordem dos Advogados do Brasil/ Subseção de Cacoal, o Conselho da Mulher e ainda diversos comerciantes parceiros.
Celebrando este primeiro ano de atuação em Cacoal, policiais que integram a Patrulha Maria da Penha apresentaram aos acadêmicos de uma faculdade privada em Cacoal, todo o trabalho e responsabilidade da Polícia Militar para garantir o sucesso deste projeto.
Para a coordenadora do curso de psicologia da instituição, a iniciativa é louvável. “Vejo de forma muito positiva a iniciativa da PM pelo projeto desenvolvido e, também, na contribuição da formação dos estudantes no enfrentamento à violência, ao trazer para a faculdade um tema tão importante como este. Desta forma, os estudantes podem compreender o fenômeno da violência não apenas como um campo de atuação, mas como papel de todas e todos de combater a desigualdade de gênero, a opressão das mulheres, em busca de uma sociedade mais justa e igualitária”, destacou a professora e psicóloga Stefanny karulayne Figueiredo de Lucena.
MULHER DE FIBRA
“A Lei Maria da Penha tem sido uma benção na minha vida. Eu passei por muitos tumultos, muitas situações chatas que se eu fosse falar, eu passaria um dia todo falando. Mas depois que eu pedi a medida protetiva, a paz reinou na minha vida. Eu não tinha sossego, não tinha paz e a patrulha é anjo que Deus coloca na vida da gente. As visita que ela nos faz, nos dá apoio moral, psicológico. É uma nova família que chega na vida da gente”, destaca a vendedora Simone da Silva Figueiredo.
Por muitos anos, Simone foi vítima de agressão física e psicológica. Com o fortalecimento da Lei Maria da Penha, a vendedora buscou coragem e denunciou o companheiro e é este o conselho que ela dá às outras mulheres. “Eu quero dar um conselho para as mulheres que passam por estas dificuldades, não tenham medo. Procurem ajuda, façam a denúncia. A gente não pode ter medo. Se a gente deixa quieto, a gente contribui para que eles continuem nos maltratando. Ergam a cabeça! Além de nos livrar da dor, o projeto oferece muitas oportunidades, diversos cursos que nos preparam, favorece a nossa vida”.
Por fim, Simone ressalta: “Eu faço parte do projeto Mulheres de Fibra e sou uma mulher de fibra e amo tudo isso. Não percam tempo, participem, tenham novas chances, amanhã pode ser tarde demais. Os policiais são pessoas incríveis e a lei está ajudando a gente. Deus protege a gente lá de cima e nos mandou esses anjos para ajudar a cuidar de nós aqui na terra, para fazer a diferença na nossa vida”.