BRASÍLIA – O chanceler Ernesto Araújo convocou uma reunião de emergência com os embaixadores do Brasil na Europa para coordenar a atuação no exterior e tentar melhorar a imagem do País diante da crise ambiental na Amazônia. Araújo também suspendeu as férias dos embaixadores e determinou que todos retornem aos seus postos. As informações foram confirmadas pelo Itamaraty.
Nas redes sociais, embaixadas do Brasil na Europa intensificaram a divulgação de informações sobre o combate ao fogo na região amazônica nos últimos dias.
No perfil da Missão do Brasil na União Europeia, há uma série de textos e imagens publicados nesta segunda que falam sobre os resultados das operações na Amazônia e o envio da Força Nacional no combate às queimadas na região. Publicações semelhantes foram feitas no perfil da Missão do Brasil no Reino Unido.
Na página da Embaixada do Brasil em Berlim, há um texto publicado na última sexta-feira, 23, que destaca “9 pontos sobre os incêndios na Amazônia”. Entre eles, a embaixada afirma que “os incêndios ocorrem todo ano no Brasil” e que “não estão fora de controle”.
Com a iniciativa, Araújo tenta minimizar o impacto do desgaste internacional na economia brasileira. Neste domingo, 25, ele buscou afastar dúvidas sobre a ratificação de acordos do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – com a União Europeia e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA). Os tratados ainda precisam ser ratificados para entrar em vigor.
“Estou em contato c/ o Chanceler da Argentina Jorge Faurie q reiterou o apoio do Pres. (Mauricio) Macri ao Brasil na questão dos incêndios na Amazônia. Não deixaremos q o tema ambiental seja pretexto p/ prejudicar os acordos Mercosul-UE e -EFTA. Agenda de abertura e crescimento segue firme”, escreveu no Twitter.
Araújo voltou a se manifestar nesta segunda para criticar o presidente francês, Emmanuel Macron, por ter dito que o debate sobre a internacionalização da Amazônia está em aberto. A declaração final da reunião do G7 não incluiu a Amazônia, indicando que não houve consenso sobre o tema entre os líderes do grupo (Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá).
“O Presidente Macron não conseguiu emplacar sua ideia de uma ‘iniciativa para a Amazônia’ no Comunicado do G-7 mas a apresentou na conferência de imprensa para dar a impressão de que foi consenso dos países do grupo”, reforçou Araújo.
O chanceler afirmou, ainda, que “ninguém precisa de uma nova ‘iniciativa para a Amazônia'”. “Está muito evidente o esforço, por parte de algumas correntes políticas, de extrapolar questões ambientais reais transformando-as numa ‘crise’ fabricada, como pretexto para introduzir mecanismos de controle externo da Amazônia”, declarou na rede social.