A modelo e ex-apresentadora Jackeline Petkovic protocolou uma ação na última sexta-feira (30) para suspender a expulsão de seu filho, de 11 anos, de uma escolha particular de Alphaville, na Grande São Paulo.
O menino brigou com um colega de sala na semana passada. E, após o episódio, a direção do colégio convidou Jackeline para uma reunião e anunciou que seu filho seria expulso – conforme noticiou o jornalista Leo Dias.
O filho de Jackeline foi diagnosticado com o distúrbio neurobiológico TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) – caracterizado por sintomas como desatenção, hiperatividade e impulsividade – associado ao TOD (Transtorno Opositivo Desafiador) – que desencadeia comportamentos relacionados a raiva e insubordinação.
Em entrevista à ÉPOCA, Jackeline Petkovic diz que seu filho foi alvo de bullying e lamenta a decisão da escola de expulsá-lo a 60 dias do fim do ano letivo: “Disseram que meu filho seria expulso por causa de seu comportamento. Mas eles sempre souberam qual era a situação dele. Não é aceitável essa justificativa.”
O que aconteceu com seu filho?
Meu filho foi vítima de bullying e acabou expulso do colégio onde estudava. Ele sofreu bullying ao ser excluído pelas outras crianças. Por várias vezes, ele chegou em casa e me relatou a mesma conversa com colegas da turma. Diziam pra ele: ‘meu pai falou para eu não brincar com você porque você é doente’. Quem está doente é o pai que não quer enxergar nada a sua volta, que não se importa com o próximo. As pessoas orientam seus filhos a praticar a exclusão. É muito triste.
Seu filho reagiu ao bullying?
Sim. Ele realmente agrediu a outra criança nesse episódio. Ele bateu no menino, não estou tirando a culpa dele. Ele sabe que errou. Mas não houve a atenção necessária por parte da escola. Ele há dias reclamava que estava sendo importunado. A escola tinha essa informação. Assim como tinha conhecimento de como meu filho pode reagir sob pressão.
Como a escola lidou com a situação?
No dia seguinte, me chamaram para uma reunião e disseram que meu filho seria expulso por causa de seu comportamento. Mas eles sempre souberam qual era a situação dele. Não é aceitável essa justificativa. Além disso, faltam apenas 60 dias para terminar o ano letivo. Não há como entrar em outra escola faltando 60 dias para acabar o ano.
Você recorreu à Justiça para impedir a expulsão…
Mais do que ninguém quero o meu filho o mais longe possível deste tipo de situação. Quero uma vida nova para o meu filho. Mas não dá para ser desta forma, com uma punição que vai prejudicar a vida escolar dele. Por isso, recorri à Justiça, para que ele possa voltar às aulas nesta mesma escola, mas em outro turno.
Esta é a primeira vez que você enfrenta uma situação do tipo?
Infelizmente, não. Esta não é uma situação nova pra mim. Meu filho estudou em outras duas escolas particulares aqui em Alphaville e, nos dois casos, acabou convidado a se retirar. A alegação foi a mesma: as duas se declararam incompetentes para lidar com a realidade dele. Ou seja, não sabiam lidar com aquilo que teoricamente eles são pagos para fazer.
Que tipo de problema exatamente você enfrentou em outras escolas?
Aos seis anos, ele teve um surto na sala de aula e acabou agredido por uma professora, que o jogou no chão e aplicou um mata-leão para que ele se acalmasse. Depois, ele foi levado para uma espécie de despensa, onde ficou trancado por alguns minutos.
Quando você identificou o problema de seu filho?
Meu filho foi diagnosticado com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) aos 5 anos. Neste processo, descobrimos também que esse distúrbio estava associado ao TOD (Transtorno Opositivo Desafiador). Foi um processo doloroso aprender a lidar com esta situação, passei por muitos médicos até encontrar o tratamento ideal para ele. Nesta busca, cheguei a ouvir, por exemplo, que uma forma de acalmar a criança seria amarrá-la com lençóis em um momento de surto, quando ela estivesse mais agitada. Só conseguia pensar: como vou fazer isso com meu filho? Não sabia o que fazer, mas tinha certeza de que a solução não era daquela forma.
Foi difícil encontrar o tratamento adequado?
Com o tempo, encontrei profissionais capazes de cuidar do caso dele. Ele é um menino que responde de forma impulsiva, que explode quando se sente acuado. Mas, se ele tiver o acompanhamento adequado, não reage desta forma. Em casa, ele não demonstra esse tipo de agressividade porque sei exatamente como cuidar dele. Não dá problema algum. Mas se ficar em um ambiente exposto ao bullying, a provocações constantes, é difícil para um adulto, imagine então para uma criança na situação dele. Posso dizer com segurança que meu filho é um menino amoroso, muito inteligente, que se emociona, que tem sentimento. Esse é o meu filho.