Uma organização criminosa está sendo investigada por invadir contas da plataforma Gov.br, do governo federal, para realizar empréstimos, emitir procurações e até liberar veículos de restrições judiciais. As denúncias foram reveladas pelo programa Fantástico, da TV Globo.
O que aconteceu?
Uma das vítimas descobriu a invasão ao tentar recuperar sua senha. “O aplicativo enviou uma mensagem para um e-mail e telefone que não eram meus. Foi aí que percebi o golpe”, relatou. A conta havia sido usada para emitir uma procuração que dava ao golpista poderes para negociar um automóvel.
Outro caso envolveu uma juíza do trabalho em São Paulo, cuja conta foi usada para acessar processos judiciais de todo o país. Os golpistas removeram bloqueios de pelo menos 50 veículos, beneficiando pessoas como Júnior Barom, investigado por pagar pelo desbloqueio de um carro. Embora negue as acusações, Barom foi preso em flagrante após policiais encontrarem uma arma com numeração raspada em sua casa, no Rio Grande do Sul.
Os criminosos cobram cerca de R$ 350 por invasão de contas. Em um flagrante, um dos golpistas revelou, sem saber que estava sendo gravado, a participação de um servidor do INSS na fraude.
Reação das autoridades
Em nota, o INSS afirmou estar tomando medidas preventivas contra esse tipo de golpe. Nos últimos dois meses, sete operações resultaram em prisões e bloqueios de bens e contas bancárias de suspeitos.
O Ministério da Gestão e da Inovação declarou que trabalha para reforçar a segurança da plataforma Gov.br. A pasta recomenda que os usuários:
- Não aceitem ajuda de terceiros para recuperar senhas.
- Relatem qualquer suspeita de fraude às autoridades, registrando um boletim de ocorrência.
Prejuízos Evitados
Um exemplo positivo de reação ocorreu com uma mulher de Novo Hamburgo (RS). Criminosos usaram os dados de sua CNH para tentar um empréstimo de R$ 130 mil, mas o gerente do banco percebeu a fraude e bloqueou a conta a tempo.
Os golpes envolvendo a plataforma Gov.br têm levantado preocupações sobre a segurança dos dados pessoais. Especialistas alertam para a necessidade de maior conscientização e investimentos em tecnologias de proteção para evitar novos casos.