Uma descoberta arqueológica no Egito está reescrevendo a história dos rituais funerários da antiga civilização. Em um poço de sepultamento em Oxirrinco, pesquisadores encontraram treze múmias do período ptolomaico (304 a.C. – 30 a.C.) adornadas com um detalhe intrigante: línguas e unhas de ouro.
A presença desses elementos preciosos indica que as múmias pertenciam a indivíduos de alta posição social, possivelmente ligados a templos e cultos religiosos. “É provável que esses corpos sejam de elites que ocupavam posições importantes na sociedade”, afirma Salima Ikram, professora de egiptologia da Universidade Americana no Cairo.
Além das línguas e unhas douradas, os arqueólogos encontraram amuletos de escaravelhos e murais ricamente decorados nas câmaras funerárias. Os escaravelhos, associados ao movimento do sol, eram considerados símbolos de renascimento e proteção. Já os murais retratavam cenas da vida após a morte e divindades egípcias, como Nut, a deusa do céu.
O significado do ouro
O uso do ouro nas múmias revela a importância que esse metal precioso tinha para os antigos egípcios. Acreditava-se que o ouro era a “carne dos deuses” e, por isso, era utilizado em objetos funerários para garantir a imortalidade e facilitar a jornada do falecido para o além. As línguas de ouro, em particular, simbolizavam a capacidade de falar com os deuses no mundo espiritual.
Um cemitério da elite
A concentração de múmias com adornos de ouro em um único local sugere que esse era um cemitério reservado para a elite egípcia. Os rituais funerários elaborados e os objetos de luxo encontrados nas tumbas indicam que esses indivíduos desfrutavam de um status social elevado e tinham acesso a recursos financeiros consideráveis.
Uma janela para o passado
Essa descoberta arqueológica oferece uma visão única sobre as crenças e práticas funerárias dos antigos egípcios. Ao desvendar os segredos das múmias douradas, os pesquisadores estão reconstruindo um capítulo importante da história dessa civilização fascinante.