Cerca de 30 médicos de Roraima fizeram um protesto em frente ao Hospital de Campanha, em Boa Vista, para cobrar do governo do estado a abertura da unidade, na manhã desta segunda-feira (15).
No ato, o Sindicato dos médicos (Simed-RR) apresentou à Operação Acolhida, uma lista com mais de 120 médicos aptos a atuarem na Área de Proteção e Cuidados do Hospital.
A presidenta do Conselho Regional de Medicina (CRM), Rosa Leal, criticou o governo do estado pela falta de uma data para abertura. O hospital de campanha já teve a inauguração adiada cinco vezes por falta de médicos e equipamentos que deveriam ser fornecidos pelo governo.
“Viemos para frente deste Hospital para mostrarmos à população que não é a falta de profissionais que está impedindo este local de abrir. Há médicos. Não há necessidade do governador tentar esconder uma gestão incompetente, acusando o CRM de travar a abertura do Hospital porque isso não é verdade”, afirmou Leal.
O governo de Roraima não se manifestou sobre a situação até a publicação desta matéria.
A contratação direta de médicos, incluindo estrangeiros sem registro no CRM ou revalidação do diploma, estava prevista no acordo firmado entre o governo, a Defensoria Pública e o Ministério Público de Roraima.
No entanto, o Sindicato dos Médicos entrou com ação na Justiça afirmando que a população estaria em risco caso houvesse o emprego de profissionais sem os requisitos legais. O pedido foi acatado.
Em 10 de junho, a Justiça revogou a decisão que impedia contratação de médicos formados no exterior sem revalidação do diploma ou registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) para atuar no hospital de campanha durante a pandemia de coronavírus.
No entanto, as contratações devem ser excepcionais e só poderiam ocorrer caso o Sindicato dos Médicos de Roraima não apresentasse uma lista com 94 médicos habilitados para atuar na Área de Proteção e Cuidados no prazo até 11 de junho.
Carga horária
Em manifestação, médicos alegam não faltar profissionais para o hospital de campanha de RR
O presidente do Simed, Antônio Delmiro informou que há uma exigência, por parte do comandante do Hospital de Campanha, para que os médicos cumpram uma escala fixa de trabalho de 12h a 36h.
Delmiro explicou que esse tipo de escala militar não se aplica à medicina, já que os médicos que vão trabalhar no HC também trabalham em outras unidades de saúde do estado. Caso haja flexibilidade dessa escala, será fechado um regime de plantão para que o Hospital funcione tranquilamente.
Procurada pelo G1, a Operação Acolhida optou por não se manifestar.