A alta do dólar continua a mexer com a economia brasileira. Nesta quinta-feira (19/12), a moeda americana fechou em R$ 6,12, após recuar de um recorde de R$ 6,30, influenciada pela intervenção do Banco Central (BC). Apesar da queda pontual, o dólar acumula alta de 26,18% no ano, sendo negociado a R$ 4,85 em janeiro.
Essa valorização tem efeitos diretos no poder de compra das famílias e nos custos das empresas. O impacto varia conforme o setor: enquanto exportadores se beneficiam, consumidores e empresas que dependem de insumos importados enfrentam dificuldades.
Quem Ganha com a Alta do Dólar
- Agronegócio e Mineração
Setores como agronegócio, mineração e celulose se beneficiam da alta do dólar, já que suas receitas são em grande parte atreladas à moeda americana. Exportadores conseguem ganhos imediatos ao vender produtos em dólares e receber valores mais altos em reais.
No caso do agronegócio, a vantagem é ainda maior porque muitos produtores possuem estoques que permitem adiar importações caras, como de fertilizantes e máquinas.
- Turismo Interno
O turismo interno também é favorecido, pois viagens ao exterior se tornam menos atrativas. Estrangeiros são incentivados a visitar o Brasil, enquanto brasileiros repensam planos de férias internacionais.
Quem Perde com o Dólar Alto
- Consumidores Brasileiros
Os maiores prejudicados são os consumidores, que enfrentam alta nos preços de bens importados, como eletrônicos, medicamentos e combustíveis. Além disso, produtos industrializados nacionais também encarecem, devido ao uso de insumos estrangeiros. - Indústrias Dependentes de Importação
Setores como o de automóveis, especialmente de carros elétricos, e o farmacêutico sofrem com o encarecimento de insumos. Empresas sem proteção cambial podem ver seus custos dispararem. - Serviços
A perda de poder aquisitivo das famílias afeta indiretamente o setor de serviços, comprometendo o crescimento recente do segmento.
Incertezas para o Futuro
O comportamento do dólar em 2025 é incerto. Fatores globais, como políticas econômicas dos Estados Unidos, e locais, como ações do governo brasileiro, influenciam diretamente a cotação. Medidas fiscais e a confiança do mercado serão cruciais para estabilizar a moeda no médio prazo.
Enquanto isso, empresas e consumidores precisam se adaptar aos efeitos da valorização do dólar, com ajustes inevitáveis nos preços e nos custos.