Rio – A Justiça do Rio vai mandar a júri popular o filho adotivo do casal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) e Anderson do Carmo, o jovem Lucas Cézar dos Santos. A decisão é da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Lucas e o irmão Flávio dos Santos Rodrigues são réus no processo da morte do líder religioso. Flavio, filho biológico da deputada federal, ainda vai aguardar pelo depoimento da mãe, que é sua testemunha de defesa, para saber se também irá a júri popular.
A juíza também pediu a transferência imediata de Lucas, que está na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, na Zona Oeste do Rio, para a Cadeia Pública Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo. Lucas prestou depoimento na última sexta-feira, mais o teor não foi divulgado pela justiça. O processo segue sob sigilo.
Ao todo 22 testemunhas de acusação foram ouvidas entre quinta e sexta-feira. Entre as testemunhas estava a delegada responsável pelas investigações Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) e dois filhos da deputada, o vereador Wagner Andrade Pimenta, mais conhecido como Mizael e Daniel dos Santos.
O Ministério Público Estadual (MP-RJ) e a Polícia Civil apuram se uma carta que teria sido escrita por Lucas, onde ele assumiria a autoria do crime, foi fraudada.
Há pelo menos duas semanas, agentes da DHNSGI estiveram em um endereço, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, ligado a interno que ocupava a mesma cela de Lucas. Esse detento foi quem repassou a carta escrita pela filha da deputada.
Assassinato na garagem de casa
Anderson do Carmo tinha 41 anos e era casado por mais de 20 anos com Flordelis. Juntos, criaram 55 filhos, 51 deles adotivos. O líder religioso e a deputada tinham apenas um filho biológico, Daniel dos Santos. Outros três eram de antigos relacionamentos dela.
O pastor foi brutalmente assassinado a tiros na madrugada do dia 16 de junho. O crime aconteceu na garagem da casa da família, em Niterói, na Região Metropolitana da Rio. Anderson do Carmo chegou a ser socorrido e levado para o um hospital particular, onde chegou sem vida. Segundo o laudo da necrópsia, o corpo apresentava 30 perfurações provocadas por arma de fogo.