Porto Velho passa a destinar os resíduos sólidos produzidos em residências, comércio, empresas e indústrias para o aterro sanitário Ecoparque Porto Velho, que opera no KM 16 da BR-319, sentido Humaitá (AM). A medida atende a uma determinação da legislação federal.
Na manhã da quinta-feira (9) a empresa Ecoparque apresentou à imprensa como vai operacionalizar o recebimento e tratamento de resíduos. “A meta é apresentar para a população o nosso aterro sanitário, que vai substituir o lixão da Vila Princesa, que tem suas atividades definitivamente encerradas nesta sexta-feira (10). A nossa licença é para recebermos até 600 toneladas de resíduos diariamente. A expectativa é de que Porto Velho gere em torno de 400 toneladas de resíduos ao dia, o que equivale a mais de 20 carretas bi-trem”, informou Iuri Faria, diretor comercial do Ecoparque.
Segundo ele, o projeto foi iniciado em 2019, com todos os estudos de impacto ambiental feitos e as licenças emitidas pelos órgãos responsáveis. A estimativa é de que a captação de gás seja feita em quatro ou cinco anos, produzindo biogás e o gás metano, que poderão ser utilizados para a geração de energia elétrica.
“São 120 hectares de área total, com metade desse espaço dedicado à preservação. Nosso aterro não é licenciado para receber resíduos da construção civil, mas sim para receber resíduos residenciais, comerciais, de varrição, de podas e outros”, completou.
O Ecoparque integra o grupo Orizon, que hoje atende aproximadamente 20% da população brasileira, com o tratamento de resíduos em cidades de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, no Nordeste, Centro-Oeste e agora Porto Velho, numa sociedade com a empresa local Amazon Fort.
Os grandes geradores de resíduos, como redes de supermercados, shopping, empresas de grande porte, entre outros, agora precisam cuidar da coleta e transporte do material até o Ecoparque. Esse material terá que vir acompanhado de um documento chamado de Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), será pesado e identificado, antes de ser levado ao aterro.
MÃOS DADAS
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, sancionou a Lei Complementar Nº 984, de 31 de agosto de 2023, que institui o “Mãos Dadas”, benefício eventual por situação de vulnerabilidade temporária destinado às famílias de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis da comunidade Vila Princesa. O recurso deve iniciar o processo de pagamento neste mês de novembro.
O benefício de “Mãos Dadas” será concedido por até seis meses, podendo ser prorrogado por igual período, no valor de mil reais mensais.
VILA PRINCESA
A Prefeitura de Porto Velho impôs uma série de contrapartidas à empresa. Como a destinação de cesta básica de R$ 500, por dois meses, com a primeira entrega ocorrendo na manhã desta sexta-feira (10), para os catadores cadastrados junto à Secretaria Municipal de Assistência Social e da Família (Semasf).
“Também iremos reformar o barracão da cooperativa de catadores, com refeitório, cobertura e poço artesiano, além de um caminhão para dar apoio para o transporte do material”, acrescentou Iuri Faria.
A empresa vai instalar ainda 10 Ecopontos para receber material reciclável. A Prefeitura ainda vai definir esses locais. E tudo o que for coletado, será levado até a cooperativa de catadores da Vila Princesa, que deverá ter um aumento de material para processamento.
“A coleta seletiva será reforçada no município pela concessionária e deverá haver um processo natural de cuidar da geração de resíduos. Isso deve abrir para que empresas se instalem aqui para processar o papelão, papel, plástico, alumínio e outros materiais”, pontuou Faria.
Texto: Eranildo Costa Luna
Fotos: Ricardo Farias
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)