Escola não tomou providências, diz mãe de menino que morreu após agressão

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A mãe de Carlos Teixeira, adolescente de 13 anos que morreu após ter sido espancado por colegas de uma escola estadual no litoral paulista, contou ao Fantástico que relatou para a escola sobre uma primeira agressão que o filho sofreu, em março. Mas que a instituição não tomou providências.

O que aconteceu

Michele de Lima Teixeira, mãe de Carlos, disse que o filho relatou para a família sobre a violência na escola, em Praia Grande. “Ele falou pra mim que não podia entrar no banheiro, porque quem vai para o banheiro apanha”, lamentou.

A mãe de Carlos também disse que a primeira agressão ocorreu em 19 de março. “Foi por causa de um pirulito. O menino arrancou da mão dele e, quando ele [Carlos] pediu de volta, o menino deu dois socos no nariz dele. O arrastaram pelo pescoço e foi para dentro do banheiro, onde fizeram aquele vídeo”, relatou.

Os pais procuraram a direção do colégio, exigindo providências. A mãe acredita que morte do filho é culpa da escola. “Um adulto vê as crianças apanhando, não só o meu filho, e fechar os olhos, fingir que nada aconteceu”.

Carlinhos, como era conhecido, disse para a mãe que não queria mudar de escola, para poder defender os colegas menores dos agressores. O adolescente era o maior da turma e queria cuidar dos amigos.

A segunda agressão ocorreu em 9 de abril. Dois estudantes teriam pulado nas costas de Carlos. Quando chegou em casa, o adolescente contou o episódio aos familiares, que registraram a reclamação do adolescente em vídeo: “quando eu respiro, dói as costas”.

Nesta segunda agressão, Carlos foi atendido no Pronto-Socorro Central de Praia Grande e liberado. “Meu filho não fez um exame de urina, não fez nada. Meu filho gemendo por falta de ar, sem respirar”, relembrou a mãe.

Depois, foi internado na UTI da Santa Casa de Santos, mas morreu sete dias depois. Teve três paradas cardíacas.

Polícia aguarda o resultado da perícia para definir o que ocasionou a morte.

Ele falou assim: ‘Mãe, eu não quero sair [mudar de escola] porque eu sou o maior da minha turma’. Falava isso porque os amigos dele eram menores, pequenininhos, e ele era grandão pela idade que tem. Ele falou que queria defender os amigos. 

Meu filho era um garoto muito, muito doce. A vida dele era jogar no computador. Não saía para a rua, ficava só jogando. Eu só estou aqui de pé por Deus porque eu sei onde o meu filho está. Meu filho está com Deus.

Dez pessoas já foram ouvidas na investigação

Polícia já ouviu dez pessoas. De acordo com o Fantástico, a vice-diretora da escola, professores e dois suspeitos, que são menores de 18 anos, estão entre os que já prestaram depoimento. Os nomes da maioria dos alunos que participaram das agressões contra Carlinhos já são de conhecimento dos policiais.

Causa da morte não foi definida. Polícia aguarda resultado da perícia. “Falta definir se a morte se deu em decorrência dessas agressões que ele possa ter sofrido ou se foi uma causa independente”, afirmou o delegado Alex Mendonça à reportagem da TV Globo.