Biodegradável, ‘copo do bem’ dispensa tampa plástica no café para viagem

Embalagem de papel tem recorte especial que vira tampa

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Quem disse que um café para viagem precisa sempre levar plástico? A proposta do “Copo do Bem”, ou The Good Cup, marca asiática que chegou ao Brasil em maio, é que esse resíduo seja reduzido ao máximo. Para isso, a solução oferecida está em uma embalagem que não precisa de tampa plástica para ser fechada. Biodegradável, uma das versões que desembarcaram no mercado brasileiro também pode se decompor em uma composteira doméstica em até seis meses.

O The Good Cup é uma embalagem de papel com recorte especial que permite, ao ser dobrada na parte superior, criar uma tampa com trava. A bebida é dispensada ao usuário por um pequeno furo. Fácil de segurar, o material é firme o suficiente para suportar bebidas quentes e frias sem vazamentos, como a reportagem teve a oportunidade de conferir em um café na Boca Maldita, centro de Curitiba (PR).

Além de cafeterias e panificadoras paranaenses, empresas dos estados de São Paulo e Amapá já fecharam negócio para receber as embalagens, caso do grupo Cafeza, que atua com cafés especiais no município de Socorro (SP).

“Existe uma consciência de consumo de embalagens descartáveis no exterior diferente do Brasil, mas também há uma tendência aqui para que o plástico seja reduzido ao longo do tempo”, diz Márcia Satiko, CEO da Sekai Brasil, empresa responsável pela importação e distribuição do produto no país.

Os copos desenvolvidos pela Choose Planet começaram a ser comercializados no ano passado e já têm usuários no Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, China e Austrália. Na terra dos cangurus, por exemplo, um dos clientes é a Roastar Coffee Packaging, uma empresa que oferece soluções de embalagem para cafés sustentáveis.

Para o mercado nacional, além dos quatro tamanhos (240ml, 350ml, 450ml e 650ml) disponibilizados mundialmente pela marca, foi desenvolvida uma opção menor, voltada para venda de café expresso, com 120ml.

Mais eco-friendly

De acordo com Márcia, o The Good Cup pode ser considerado um produto mais eco-friendly porque demanda menos uso de plástico e apresenta uma destinação final com menos impacto ao meio ambiente.

A marca oferece duas versões ao mercado brasileiro. Uma delas é certificada sem plástico na composição, reciclável e biodegradável. A outra versão, mais barata e com revestimento plástico junto com o papel, leva mais tempo para se decompor. Mas o revestimento plástico utilizado também é biodegradável, garante Márcia.

Essa diversificação das versões, conforme a CEO, tem como objetivo atender um mercado onde os custos ainda influenciam as escolhas no setor de ESG das empresas. “Isso ainda é um fator de tomada de decisão. Gostaríamos de ver no Brasil o mesmo movimento que vimos em outros países, mas infelizmente hoje ainda não há incentivo fiscal para investir na preservação do meio ambiente”, diz.

Mais agilidade no manuseio

Sem relevar os custos de produção, a CEO destaca que o produto da The Good Cup ocupa 30% menos espaço nos estoques. Na prática, isso representa economia em frete e armazenamento, além da redução de emissão de gases do efeito estufa no transporte das cargas.
O quesito agilidade no manuseio também é um diferencial em relação aos copos descartáveis convencionais. “Com um ou dois segundos, conseguimos fechar o copo”, pontua.

Comida e delivery

Além de bebidas quentes e frias, a marca se prepara para oferecer ainda neste ano embalagens para acondicionar comida, como yakissoba, batata frita e frango frito. A ideia é que, com quatro pequenas saídas de ar, o recipiente possa evitar que o vapor de água condense dentro da embalagem, mantendo a temperatura e crocância dos alimentos.

Estão previstos também copos voltados para delivery. “Hoje vemos empresas usando máquinas seladoras de plástico ou enrolando filme plástico para lacrar melhor as tampas. Nossa proposta não precisará de nada disso”, diz a CEO da Sekai Brasil. Essas embalagens devem chegar ao Brasil em 2025.