O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda) rejeitou nesta 5ª feira (15.ago.2024) a ideia do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de novas eleições entre ele e o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia (Plataforma Unitária Democrática, centro-direita).
O governo brasileiro avalia a possibilidade de sugerir a realização de uma nova eleição presidencial na Venezuela para resolver o impasse sobre o resultado do pleito de 28 de julho. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, levou a ideia ao presidente Lula em caráter informal.
Maduro também criticou os Estados Unidos pela fala do presidente Joe Biden (Partido Democrata) nesta 5ª feira (15.ago). O líder norte-americano havia dito que apoia uma nova eleição na Venezuela, mas o posicionamento foi mais tarde corrigido pela Casa Branca, dizendo que Biden se referia só ao resultado eleitoral de 28 de julho.
“Rejeito absolutamente que os Estados Unidos estejam tentando se tornar a autoridade eleitoral da Venezuela”, afirmou Maduro em discurso na televisão estatal. “Biden deu uma opinião intervencionista sobre as questões internas da Venezuela. Meia hora depois eles a desmentiram”, declarou.
Além do presidente venezuelano, a líder da oposição, María Corina Machado, disse que um novo pleito seria uma “falta de respeito” com os eleitores venezuelanos.
“Não reconhecer o que aconteceu em 28 de julho, para mim, é uma falta de respeito com os venezuelanos que deram tudo de si e expressaram sua soberania popular”, declarou a líder a jornalista nesta 5ª feira (15.ago).
“Eu pergunto: vamos para uma 2ª eleição e, se não gostarem do resultado, iremos para uma 3ª? 4ª? 5ª? Até que o presidente Nicolás Maduro goste dos resultados? Vocês aceitariam isso em seus países, que, se o resultado não for satisfatório, repitam a eleição?”, disse.
A ideia do presidente brasileiro de realizar um novo pleito surge do interesse em resolver o impasse eleitoral venezuelano. A proposta seria realizar uma espécie de 2º turno entre o presidente Maduro e o opositor Edmundo González.
