As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram nesta quinta-feira (17) que mataram Yahya Sinwar, líder máximo do Hamas. Segundo o Exército, a morte aconteceu na quarta-feira (16).
O ministro das Relações Exteriores do país, Israel Katz, pontuou que “o assassino em massa Yahya Sinwar, responsável pelo massacre e atrocidades de 7 de outubro, foi morto hoje por soldados das Forças de Defesa de Israel [FDI]”.
Uma fonte afirmou à CNN anteriormente que Israel disse a autoridades dos Estados Unidos que Sinwar está morto, de acordo com os testes iniciais de DNA.
Sinwar era a figura mais importante do grupo radical palestino que estava à solta. Israel o considerava o “mentor” dos ataques de 7 de outubro, que desencadearam a guerra na Faixa de Gaza.
A nota dos militares de Israel pontua que ele “planejou e executou o Massacre de 7 de outubro, promoveu a sua ideologia assassina antes e durante a guerra e foi responsável pelo assassinato e rapto de muitos israelenses”.Sinwar era a figura mais importante do grupo radical palestino que estava à solta. Israel o considerava o “mentor” dos ataques de 7 de outubro, que desencadearam a guerra na Faixa de Gaza.
A nota dos militares de Israel pontua que ele “planejou e executou o Massacre de 7 de outubro, promoveu a sua ideologia assassina antes e durante a guerra e foi responsável pelo assassinato e rapto de muitos israelenses”.
As autoridades informaram que o Exército israelense tem operado no sul da Faixa de Gaza nas últimas semanas seguindo informações de inteligência, que indicaram as localizações suspeitas de integrantes importantes do Hamas.
“Soldados das FDI da 828ª Brigada (Bislach) que operam na área identificaram e eliminaram três terroristas. Após concluir o processo de identificação do corpo, pode-se confirmar que Yahya Sinwar foi eliminado”, conclui a nota.
Ele não era visto em público desde os ataques do Hamas e acreditava-se que ele estivesse escondido na vasta rede de túneis sob Gaza.
Quem é Yahya Sinwar?
Figura de longa data no Hamas, Yahya Sinwar nasceu em 1962 em um campo de refugiados em Khan Younis, no sul de Gaza.
Ele foi responsável pela construção do braço militar do grupo antes de formar novos laços importantes com as potências árabes regionais como líder civil e político.
Sinwar foi eleito para o principal órgão de decisão do Hamas, o Politburo, em 2017, como líder político do Hamas em Gaza.
No entanto, desde então tornou-se o líder de fato do Politburo, de acordo com uma pesquisa do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês).
Ele foi designado terrorista global pelo Departamento de Estado dos EUA desde 2015 e foi sancionado pelo Reino Unido e pela França.
Saiba mais sobre quem foi Yahya Sinwar através desta matéria.
Registros dentários ajudaram na confirmação da morte
Os registros dentários ajudaram Israel a identificar o corpo de Yahya Sinwar, disse uma autoridade dos Estados Unidos, assim como outros dados biométricos.
A confirmação odontológica foi realizada de forma relativamente rápida, ressaltou a fonte.
O governo israelense possui a biometria de Sinwar porque ele passou mais de duas décadas na prisão israelense por assassinato.
Netanyahu diz que guerra não acabou
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse a morte de Yahya Sinwar oferece uma chance de paz no Oriente Médio, mas alertou que a guerra na Faixa de Gaza não acabou.
“Hoje acertamos as contas. Hoje o mal foi desferido com um golpe, mas nossa tarefa ainda não foi concluída”, disse Netanyahu em um vídeo.
“Para as queridas famílias de reféns, eu digo: este é um momento importante na guerra. Continuaremos com força total até que todos os seus entes queridos, nossos entes queridos, estejam em casa”, concluiu.
Quem pode ser o novo líder do Hamas?
Autoridades dos Estados Unidos esperam que a morte de Sinwar possa proporcionar a Israel a abertura política necessária para um acordo cessar-fogo.
Mas, dependendo de quem o suceder, segundo fontes, pode ter um impacto significativo sobre se o Hamas estará disposto a retomar negociações com Israel a respeito da suspensão dos combates e a libertação de reféns.
Entre aqueles que podem assumir o comando do Hamas estão o irmão de Sinwar, Mohammed Sinwar, e Khalil Al Hayya, um dos principais negociadores do grupo.
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Sinwar não era visto há mais de um ano
Yahya Sinwar não era visto desde que a guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023.
Ele emitiu a primeira declaração desde o começo da guerra quando parabenizou o presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, por sua vitória eleitoral, de acordo com o canal Telegram do Hamas.
No dia seguinte, seu gabinete disse que ele escreveu cartas agradecendo aqueles que ofereceram condolências após a morte de Ismail Haniyeh, seu antecessor assassinado. E em 13 de setembro, uma carta foi enviada ao então chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
A CNN não conseguiu verificar se Sinwar era de fato o autor das cartas.
Israel vai “perseguir e eliminar” seus inimigos
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que o país vai “perseguir e eliminar” seus inimigos. A declaração aconteceu enquanto os militares israelenses analisavam se Sinwar havia sido morto.
“Nossos inimigos não podem se esconder. Nós os perseguiremos e eliminaremos”, escreveu Gallant.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
Após cerca de um ano do conflito, a população israelense saiu às ruas em protestos contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.