São Paulo — O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, apontado como o responsável por jogar um homem de uma ponte na madrugada do último dia 2, foi preso na manhã desta quinta-feira (5/12), após decisão da Justiça Militar. O soldado de 1ª classe será encaminhado ao Presídio Romão Gomes.

A decisão atende a um pedido da Corregedoria da Polícia Militar, que nessa quarta-feira (4/12) solicitou a prisão do PM. Além dele, pelo menos 12 policiais são investigados pela ocorrência.

“Preleção” antes de depoimento

Como revelado pelo Metrópoles, os policiais envolvidos no caso relataram a dinâmica da ocorrência a advogados durante breve reunião em frente à Corregedoria da PM, na região central de São Paulo, na tarde dessa terça-feira (3/12).

Parte da conversa foi registrada em vídeo pela reportagem. Na imagem (assista abaixo), é possível ver quatro PMs — nenhum deles foi identificado — e três advogados na calçada. Um dos agentes, que aparece de costas, é quem descreve com mais detalhes a perseguição que terminou com o rapaz sendo arremessado da ponte por um PM. Segundo moradores que testemunharam a ação, a vítima saiu andando do local.

Apesar da distância e do barulho na rua, é possível ouvir do PM que relata a ocorrência aos advogados que ele tentou “acertar” o “moleque de azul” durante a perseguição e que “teria descido para dar um tiro” no rapaz — até a noite de terça, a vítima não havia sido localizada.

“Alinhadinho ali na base 1 [sic]. Aí vem uma motinho e de um lado o moleque sai correndo. Aí eu saio de dentro da viatura e tento acertar ele. Não acertei. Desembarquei. Isso quando eu subo, aí é justamente o moleque de azul, eu vi que ele chegou ali em cima…. [inaudível]. Eu teria descido para dar um tiro… [inaudível]. Aí eu pensei muito naquilo… [inaudível]”, afirma o PM.