Taxação do Aço: Brasil e EUA Negociam Novo Acordo Comercial
Taxação do Aço: Brasil e EUA Negociam Novo Acordo Comercial

Impacto da Nova Taxa de 25% sobre o Aço Brasileiro

A nova taxa de 25% sobre as exportações de aço para os Estados Unidos, imposta pelo governo Trump, entrou em vigor nesta semana e acendeu um alerta no setor siderúrgico brasileiro. A medida afeta todos os países exportadores, levantando dúvidas sobre os impactos no mercado nacional e a possibilidade de um novo acordo comercial entre os dois países.

Em entrevista ao Money Times, do Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, destacou que a expectativa do setor é a renovação do acordo firmado em 2018. Na época, o Brasil negociou um sistema de cotas que permitia a exportação sem tarifas, desde que dentro de determinados limites.

Como a Taxação Afeta o Brasil e o Mercado Global

A sobretaxa imposta pelos Estados Unidos atinge todos os exportadores de aço, colocando os produtores brasileiros em igualdade de condições com concorrentes internacionais. No entanto, a medida pode impactar os preços e comprometer a competitividade do produto brasileiro.

“Nossa expectativa é manter as exportações, mas a um preço mais alto devido à taxção. No final, quem será penalizado é o consumidor americano”, afirmou Mello.

O Brasil exporta principalmente placas de aço, um insumo estratégico para a siderurgia norte-americana. Segundo Mello, os Estados Unidos não possuem autossuficiência na produção desse material, o que reforça a importância do Brasil como fornecedor.

Renovação do Acordo de 2018: Alternativa Viável

A estratégia do setor siderúrgico brasileiro é buscar a manutenção do acordo de cotas estabelecido em 2018, que permitia exportações sem taxção até um limite preestabelecido.

Naquele ano, o governo Trump impôs as mesmas tarifas de 25% sobre o aço importado, mas o Brasil conseguiu negociar um acordo conhecido como “hard quota”, estabelecendo limites rígidos de exportação sem taxção.

“O acordo de 2018 foi bem estruturado e implementado. A expectativa é restabelecer essas condições”, explicou Mello.

Os Estados Unidos negociaram um modelo mais flexível com a União Europeia, permitindo exportações acima da cota com uma taxa de 25% sobre o excedente. No entanto, para o Brasil, a melhor opção é manter a versão rígida, garantindo previsibilidade no fluxo comercial.

Brasil e EUA: Relação Comercial e Novos Desafios

Além da questão do aço, um novo fator preocupa o setor: a reciprocidade tarifária, que entrará em vigor nos Estados Unidos a partir de abril. A medida pode gerar desafios adicionais nas relações comerciais entre os dois países e exigir negociações intensas por parte da diplomacia brasileira.

“Estamos lidando com duas questões ao mesmo tempo: o aço e a reciprocidade tarifária. O governo brasileiro já está em contato com os Estados Unidos para discutir ambos os temas”, afirmou Mello.

Setor Siderúrgico Brasileiro em Estado de Alerta

O clima entre os empresários do setor é de apreensão, mas também de resiliência. A manutenção dos canais de negociação com os EUA é vista como essencial para evitar prejuízos e garantir a continuidade das exportações.

Apesar de declarações mais duras em alguns momentos, as conversas entre os governos brasileiro e americano seguem em tom positivo. Para o Instituto Aço Brasil, o diálogo será fundamental para um desfecho favorável às indústrias siderúrgicas de ambos os países.

“A nossa expectativa é que possamos avançar e restabelecer um acordo positivo para os dois lados”, concluiu Mello.