Câmara de Comércio Exterior reduz a zero alíquota de importação de arroz

Decisão vale até o fim do ano para uma cota de 400 mil toneladas. Objetivo da importação é aumentar oferta e conter a elevação dos preços no mercado interno

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A Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério da Economia, decidiu nesta quarta-feira (9) reduzir a zero — até 31 de dezembro deste ano — a alíquota do imposto de importação para o arroz em casca e beneficiado.

O Comitê-Executivo de Gestão da Camex estabeleceu que a redução está restrita a uma cota de 400 mil toneladas de arroz com casca não parboilizado e arroz semibranqueado e branqueado, não parboilizado.

O objetivo da Camex é reduzir o custo do arroz importado para aumentar a oferta e conter a alta de preços do produto no mercado interno.

Atualmente, a alíquota de importação do produto adquirido de países fora do Mercosul é de 10% para arroz em casca e de 12% para o arroz beneficiado. Para países que integram o Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai), a tarifa já é zero, segundo informações do Ministério da Economia.

De acordo com o Ministério da Agricultura, de janeiro a agosto, o Brasil importou 417,4 mil toneladas de arroz e exportou 1,153 milhão de toneladas.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), durante a pandemia, o consumo de arroz cresceu, puxado principalmente pelos recursos do auxílio emergencial pago pelo governo.

A alta no preço de alimentos da cesta básica tem preocupado o governo. O presidente Jair Bolsonaro se reuniu nesta quarta-feira com o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Sanzovo Neto, para discutir o assunto. Segundo Sanzovo Neto, os supermercados não são “vilões” em relação à alta dos preços.

Na terça (8), Bolsonaro afirmou que fez um “apelo” a donos de supermercados para conter a alta do preço do arroz.

Nesta quarta, o Ministério da Justiça notificou representantes de supermercados e produtores de alimentos para que em cinco dias expliquem o aumento no preço dos alimentos da cesta básica.

Inflação

O preço dos alimentos foi destaque na alta de 0,24% inflação oficial do país em agosto, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

O Índice de Preços para o Consumidor Amplo (IPCA) subiu 2,44% em 12 meses, enquanto a inflação dos alimentos subiu 8,83% no período.

Essa alta não tem somente um alimento como responsável. A maioria está com preços recordes no campo. Mas dois chamaram a atenção nos últimos dias: o arroz, com alta de 19,2% no ano, e o óleo de soja, que subiu 18,6% no período.

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