Renan: Queiroga inaugurou nova etapa de negacionismo

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O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, teria inaugurado o “negacionismo” em seu depoimento ao colegiado. Para Renan, Queiroga seria um “João Bobo”, que “vai pra um lado, vai pra o outro” e “entrega os anéis para não perder o cargo”.

O relator da CPI defende ainda que Queiroga teria blindado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao afirmar que o veto na nomeação da médica infectologista Luana Araújo à Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 teria sido sua decisão.

Acerca do uso da cloroquina no tratamento de pacientes infectados com a covid-19, o relator pontua que o ministro “finalmente, admitiu a ineficácia da cloroquina, mas continua sem coragem de tirá-la das normas” do ministério.

Calheiros aponta também contradições nas declarações do ministro sobre a atuação do chamado “gabinete das sombras“, o qual Queiroga afirmou desconhecer, mas, segundo Renan, o titular da Saúde conheceria seus integrantes. O grupo seria responsável por aconselhar paralelamente o presidente Bolsonaro sobre ações de contenção à pandemia.

Renan aponta ainda que o ministro seria a favor da realização de partidas da Copa América no País, mas se oporia à vacinação dos jogadores. Além disso, o senador indica que o ministério da Saúde não teria infectologistas em seu efetivo e que Queiroga não saberia quantos ex-militares sem especialização exercem funções na Pasta.

Queiroga nega que queira ficar na cadeira de ministro “a qualquer custo”

Em depoimento à CPI, Marcelo Queiroga negou que tenha pautado suas ações a fim de garantir a permanência no cargo. “Eu vou trabalhar para ajudar o povo brasileiro a superar essa dificuldade sanitária”, respondeu Queiroga ao senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).

A intervenção de Vieira acontece após comentário do senador Marcos do Val (Pode-ES), que disse: “Não tem como cobrar do ministro que ele se sente aqui e critique o presidente da República. Ele pode ser exonerado”. “E se ele for exonerado, vamos ficar de novo pelo amor de Deus, estamos sem ministro?”, completou Do Val.

Segundo Queiroga: “Enquanto o presidente da República mantiver a confiança que tem em mim, estarei à disposição do governo e da sociedade brasileira”.

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