Número de casos confirmados do novo coronavírus no AM chega a 1.809; doença já causou 145 mortes

Manaus registra 1.531 casos confirmados de Covid-19, enquanto 278 foram registrados no interior do Amazonas, em 22 municípios.

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O Amazonas registrou 90 novos casos confirmados do novo coronavírus, conforme boletim divulgado, nesta sexta-feira (17), pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM). O total de casos confirmados no estado chegou a 1.809 e já ocasionou 145 mortes.

De acordo com a FVS-AM, do total de casos confirmados, 1.134 pacientes estão em isolamento social ou domiciliar, ou seja, apresentam sintomas mais leves da Covid-19. Outros 386 pessoas estão fora do período de transmissão da doença.

Manaus registra 1.531 casos confirmados de Covid-19, enquanto 278 foram registrados no interior do Amazonas, em 22 municípios. Manacapuru segue como a cidade do interior com mais número de casos confirmados, com 159 contaminados e seis mortos, conforme o boletim desta sexta-feira.

A cidade recebeu um novo hospital de campanha, inaugurado na quarta-feira (15), para prestar atendimento aos casos do novo coronavírus na cidade. O hospital recém-inaugurado vai atender não só moradores do município, mas também pessoas que moram em cidades próximas.

Os municípios que também registram casos confirmados da doença são: Iranduba (18), Itacoatiara (17), Tonantins (12), Parintins (11), Santo Antônio do Içá (11), São Paulo de Olivença (11), Careiro Castanho (6), Presidente Figueiredo (6), Anori (4), Careiro da Várzea (3), Maués (3), Tabatinga (3), Tefé (3), Coari (2), Lábrea (2), Novo Airão (2). Os municípios que registram apenas um caso da doença são: Anamã, Boca do Acre, Carauari, Jutaí e Manicoré.

Mortes por Covid-19

O boletim divulgado nesta sexta-feira aponta que o Amazonas tem 198 mortes notificadas pelo novo coronavírus. Desse total, 145 mortes foram testadas positivas para a doença, o que representa uma letalidade de 8%.

Outras 19 mortes foram descartadas e 34 estão em investigação. A FVS informou, ainda, que 240 exames estão aguardando diagnóstico pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM).

Nesta quinta-feira (16), um vídeo que circulou nas redes sociais mostra que corpos de mortos com suspeita de Covid-19 estavam posicionados ao lado de pacientes vivos e internados, no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, na Zona Leste de Manaus. Na madrugada desta sexta-feira (17), um contêiner frigorífico foi instalado na unidade para dar apoio na estrutura de armazenagem de corpos no local, que sofre com falta de espaço.

Por volta das 10h30 desta sexta, a Secretaria de Comunicação (Secom-AM) informou que todos os corpos já haviam sido retirados de dentro da unidade. Oito deles foram colocados dentro da câmara fria e aguardavam documentação da família.

O João Lúcio não é o primeiro hospital a receber a instalação de câmara frigorífica. O Hospital Delphina Aziz, centro de referência para tratamento do coronavírus em Manaus, instalou uma câmara no seu estacionamento no início do mês. À época, o Amazonas ainda tinha 12 mortes confirmadas.

A Prefeitura de Manaus informou, nesta sexta-feira (17), que dezenas de covas foram abertas no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, localizado no bairro Tarumã, em Manaus, para atender o aumento na demanda provocado pelas mortes por Covid-19.

Segundo informações da prefeitura, desde março, houve um acréscimo de aproximadamente 50% na demanda.

Internados com novo coronavírus

Conforme boletim da FVS-AM, divulgado nesta sexta-feira (17), 692 pacientes estão internados com suspeita e confirmação de Covid-19. São 144 casos confirmados e 549 suspeitos para a doença.

Dos casos confirmados, 47 pacientes estão em leitos clínicos e 87 em leitos de UTI. Esse é o segundo dia consecutivo que o número de pacientes com Covid-19 em UTI é maior que o número de internações clínica. Dos casos suspeitos, são 417 em leitos clínicos e 131 em UTI.

Na noite de quarta-feira (15), o governador Wilson Lima anunciou a abertura de 45 novos leitos (25 de UTI e 20 clínicos) no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, que é referência para os casos de Covid-19 no estado. Com isso, o hospital passa a operar com 100 leitos de UTI disponíveis para pacientes com o novo coronavírus.

Contêiner frigorífico no Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz. — Foto: Michel Castro/Rede Amazônica

No dia seguinte, a Justiça do Amazonas acatou uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado para que uma série de medidas seja tomada no combate ao avanço da disseminação do novo coronavírus. Entre elas, o funcionamento integral do Hospital Delphina Aziz, a contratação de leitos existentes no Hospital Universitário Getúlio Vargas e do Hospital Beneficente Portuguesa e a retirada de pacientes que estão sem assistência adequada nos prontos-socorros do estado.

Uma outra decisão da Justiça do Amazonas tinha impugnado o contrato de locação firmado entre o Governo do Amazonas e o Complexo Hospitalar Nilton Lins, no valor de R$ 2,6 milhões para o aluguel do local. No entanto, uma nova decisão feita na noite desta quinta-feira (16) manteve a continuidade da implantação de 400 leitos para atender pacientes da covid-19.

A nova decisão que mantém a implantação dos 400 leitos, mostra que o Estado é intimado a apresentar o contrato e o cumprimento das formalidades legais. O Governo tem o prazo de cinco dias para apresentar os contratos com todas as solicitações feitas pelo órgão.

Além disso, o TJAM solicita a comprovação de que os valores gastos na locação da unidade hospitalar compreendem todos os equipamentos necessários ao cuidado com pacientes da Covid-19, em especial respiradores.

AM em calamidade pública por 180 dias

O período de estado de calamidade pública no Amazonas foi prorrogado por mais 180 dias em virtude do aumento no número de casos de contaminação por coronavírus na região.

Diz o texto que a finalidade do decreto é promover, conforme determinação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério do Desenvolvimento Regional, ações de prevenção, preparação, mitigação, resposta e recuperação frente a pandemia do novo coronavírus. “Ficam as autoridades competentes autorizadas a adotar medidas excepcionais, necessárias para combater a disseminação do novo coronavírus, em todo o território amazonense”.

Desde o dia 6 de abril, forças policiais do Amazonas realizam a fiscalização em comércios não essenciais que não estejam cumprindo o decreto do governo em prevenção ao avanço da doença. A operação “Fique em Casa” tem sido realizada em todas as regiões da capital.

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