‘Epidemia do abandono’: aumenta n° de animais deixados nas ruas e abrigo pede ajuda para continuar se mantendo em RO

ONG Socorristas Animais lida com pets abandonados, doentes e que sofreram maus-tratos. A cada 50 animais doentes e abandonados, somente dez conseguem sobreviver e ser resgatados em Porto Velho.

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Um abrigo que cuida de animais doentes e abandonados em Porto Velho (RO) está precisando de ajuda para se manter. Conforme a presidente do grupo Socorrista Animais, Márcia Lena, o número de abandono de animais aumentou durante a pandemia da Covid-19, causando superlotação nos abrigos da cidade.

Diante da chamada “epidemia do abandono”, as estatísticas não são favoráveis. Mesmo com o aumento no número de adoção de animais, os abrigos continuam recebendo grandes demandas de pets abandonados por seus donos.

Seja pela crise, pelo medo de que cães e gatos transmitirem a doença ou pela grande mudança no cotidiano, mais pessoas estão se desfazendo dos seus bichinhos de estimação.

“O número de abandonos, principalmente de animais doentes aumentaram assustadoramente, porque devido à pandemia e as condições financeiras das pessoas, elas estão achando que vão abandonar seu animal na rua porque ele será resgatado por alguma ONG. O que você não sabe é que a cada 50 animais abandonados doentes, somente dez conseguem sobreviver e são resgatados”, explicou Márcia Lena.

Com um trabalho totalmente voluntário, o Socorrista Animais resgatou e encaminhou para adoção responsável mais de cinco mil animais em Porto Velho.

Porém, com a pandemia, as ações do grupo estão limitadas. Segundo a presidente, as feiras de adoção e bazar foram suspensos para atender as recomendações de segurança.

“A cada três meses eu enviava para adoção de 30 a 40 animais por feira. Só que devido ao isolamento e distanciamento, foi proibido as feiras de adoção, o que levou o acúmulo de animais no abrigo”, contou.

Desde 2014 o abrigo vem proporcionando histórias emocionantes. Como é o caso do cãozinho Tripé. Vítima de maus tratos ele teve uma das patas decepadas pelo antigo dono. Após o resgate pelos Socorristas Animais, o cão chegou a ficar dois anos no abrigo até ser adotado.

Atualmente, só no abrigo, que fica em um local alugado, estão 40 animais, além dos outros 12 que estão internados. Para arcar com as despesas veterinárias, alimentícias e de materiais de limpeza, voluntários desenvolveram uma rifa solidária e um esquema de apadrinhamento, que pode ser feito por qualquer pessoa.

O abrigo, que trabalha na cidade há seis anos, teve que mudar a forma de agir por conta da falta de recursos. Em vez de resgatar todos os animais abandonados, o Socorristas está atuando com um método de triagem para selecionar quais irão ajudar.

“A gente está limitado ao resgate, devido a situação financeira, de somente animais doentes. Os veterinários são parceiros, eles abrem mão de sua mão de obra, mas porém tem os procedimentos que são caros. Todos os abrigos estão sobrecarregados, a demanda está muito grande e, por falta de uma assistência pública veterinária para alcançar as classes baixas, o número de animais abandonados cresceu assustadoramente”, afirmou.

A ONG Socorristas trabalha em método rotativo, ou seja, assim que um animal é adotado, abre-se uma vaga para que outro seja resgatado também. As doações podem ser feitas através do número (69) 99203-9271.

“Você tem fome, os animais também têm, você tem sede, os animais também têm. Então não jogue água quente, dê água gelada para ele tomar. Não jogue pedra, dê o alimento”, declarou.

Colaborou*: Beatriz Galvão, estagiária do G1 RO.

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