Secretário de SP prevê vacina chinesa contra Covid-19 disponível no calendário de vacinação no início de janeiro de 2021

Jean Gorinchteyn disse nesta quinta-feira (10) que cronograma de testes da Coronavac está sendo respeitado e resultados serão enviados à Anvisa após 15 de outubro.

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O governo de São Paulo prevê que a vacina chinesa contra o coronavírus esteja no calendário de vacinação nacional no início de janeiro de 2021.

De acordo com o secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, o cronograma dos testes está sendo respeitado e a expectativa é a de que os resultados sejam enviados para a Anvisa no final de outubro.

“O cronograma está sendo respeitado. Se pretende fazer a abertura dos estudos no dia 15 de outubro e esses dados serão levados para a Anvisa pra fazer a chancela. Em dezembro já teremos 46 milhões de doses e poderemos iniciar a vacinação no início de janeiro, lembrando que ainda no 1 ° trimestre recebemos mais 15 milhões com a possibilidade de até junho termos 100 milhões de doses disponibilizadas”, disse Gorinchteyn em entrevista à GloboNews na manhã desta quinta-feira (10).

Toda vacina precisa passar por etapas importantes de estudo até ser aprovada para uso. Após a fase pré-clinica, com testes em animais, há 3 fases de testes em humanos.

Os testes precisam comprovar que a vacina é segura, que produz anticorpos e que é capaz de proteger contra o vírus.

O Instituto Butantan, de São Paulo, tem um acordo de cooperação com o laboratório chinês Sinovac, que produz a vacina, e é um dos 12 centros que vão coordenar os testes da imunização no Brasil.

Vacina de Oxford

Gorinchteyn defendeu a decisão da farmacêutica AstraZeneca e da Universidade de Oxford, que pausaram temporariamente a última etapa de testes (fase 3) da candidata à vacina contra a Covid-19, após uma voluntária no Reino Unido apresentar uma reação adversa que poderia ou não estar vinculada à vacina.

“Significou um ato de responsabilidade, é isso que se espera dentro de um estudo clínico, seja ele voltado para estudo de medicação, para vacina, é assim que se faz. Se relata efeitos colaterais, que é o que precisamos saber, e quando existe feito colateral mais grave, a interrupção do estudo é fundamental para avaliar se o efeito está ou não relacionado à vacina. Essa atitude é respeitada e é esperada dentro de todos os estudos científicos bem conduzidos”, afirmou.

Estatísticas

Nesta quarta-feira (9), o estado de São Paulo registrou 391 novas mortes por coronavírus nas últimas 24 horas nesta quarta-feira (9), chegando ao total de 31.821 desde o início da pandemia.

Após um período em estabilidade, a média diária de mortes voltou a ter tendência de queda na terça-feira (8), segundo critério de especialistas (leia mais abaixo).

Escolas

O secretário também comentou sobre a perspectiva de reabertura das escolas, que segue mantida para o dia 7 de outubro, sendo necessário, porém, que 80% da população do estado esteja na fase amarela do plano de flexibilização econômica.

De acordo com Gorinchteyn, as instituições estão sendo preparadas para que a reabertura seja feita de forma segura e deu detalhes sobre o a testagem que o governo pretende fazer para mapear o número de estudantes, professores e servidores que já tiveram contato com o vírus.

“O estado está já aparelhando de forma adequada as escolas com todas as regras sanitárias, álcool, distanciamento, medição de temperatura, e também fazendo um programa que chamamos de ‘programa de testagem’. Ele vai ser dividido em dois focos: o primeiro relacionado ao perfil epidemiológico. Então a gente vai fazer uma sorologia para saber quantos daquela escola, por exemplo, já tiveram e quantos não tiveram Covid, e também fazermos de forma amostral, escolhendo alguns integrantes dessas escolas, para fazer o PCR, que identifica o vírus”, afirmou.

Evolução da epidemia

O estado de São Paulo permaneceu por mais de três meses com a média diária de novas mortes em patamar acima de 200, o chamado platô no ponto alto da curva epidemiológica.

No dia 27 de agosto, após o longo período de estabilidade ininterrupto nos novos registros, a média diária de mortes apresentou tendência de queda pela primeira vez, com variação de -20% em comparação ao valor registrado nos 14 dias anteriores. Mas no dia 28 de agosto, a tendência voltou à estabilidade. Nesta terça (8), a tendência de queda voltou a ser verificada.

Para a gestão estadual, o estado já passou o pior momento da pandemia. Embora os novos registram venham sendo menores, os especialistas alertam que para confirmar a saída do platô é preciso que exista uma queda sustentada de novos casos e mortes.

“São Paulo caminha para a quinta semana consecutiva na redução de óbitos. As internações também estão caindo, pela 8° semana seguida. São bons indicadores que reconfirmam que a pandemia em São Paulo está recuando. Isso não significa afrouxamento da quarentena, em hipótese nenhuma o afrouxamento de medidas de resguardo, medidas sanitárias e preventivas que o governo do estado vem orientando e deliberando a prefeitas e prefeitos, e principalmente à população”, disse o governador João Doria (PSDB) nesta quarta-feira (9).

Durante o feriado, milhares de banhistas lotaram lotaram as praias no litoral paulista. Diversas aglomerações também foram registradas em outras cidades, incluindo a capital. A diminuição do isolamento social ainda pode refletir nos registros futuros de casos e mortes.

“Uma recomendação do comitê de saúde para pessoas que se expuseram em situações de risco em aglomerações durante o feriado são cuidados para minimizar possíveis danos. Primeiro o cuidado para transmissão para familiares. Nessa situação é necessário usar máscara facial em casa e distanciamento consciente. E a segunda recomendação, nesses dias dessa semana que as pessoas começam a desenvolver algum sintoma, devem procurar uma unidade básica de saúde ou um atendimento médico para que possa fazer o teste do PCR”, disse José Medida, coordenador do Centro de Contingência.

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