A Câmara Municipal do Rio de Janeiro decidiu, nesta terça-feira, 2, abrir um processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB). Agora, uma comissão de três parlamentares iniciará a elaboração de um parecer. A palavra final da Casa será dada em até 90 dias.
Foram 35 votos a favor, 14 contra e uma abstenção. O presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge Felippe (MDB), se declarou impedido. A abertura do processo requeria a maioria simples de 26 vereadores.
Ao longo da sessão, a discussão uniu diferentes tendências políticas, como atestou o vereador Major Elitusalém, do PSC, partido do governador Wilson Witzel. “Hoje, vemos algo histórico. O PT, a esquerda, está votando junto com a direita contra esse governo que não é só incompetente, que é corrupto”, disse.
Pressionados por uma claque de apoiadores do prefeito, parlamentares se alternaram à tribuna para defender que a Câmara abra um processo para apurar a denúncia do fiscal Fernando Lyra Reis, que acusa Marcelo Crivella de ter praticado crime de responsabilidade em dezembro de 2018, quando sua gestão renovou um contrato com duas empresas que fornecem mobiliário para a administração carioca.
De acordo com a acusação, o contrato firmado em 1998 previa que a prefeitura pagasse pelo material durante vinte anos. Depois disso, o mobiliário passaria a pertencer ao município. A renovação do contrato representa prejuízo para a administração pública, diz o fiscal, para quem, se fosse o caso de contratar uma empresa para fornecer o mobiliário, seria preciso haver licitação.
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