Ministro da Educação garante realização do Enem e diz que minoria quer adiamento

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O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou nesta terça-feira (12) que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será adiado e que apenas uma minoria é contra a realização da prova.

O Enem está agendado para 17 e 24 de janeiro (versão impressa) e  31 de janeiro e 7 de fevereiro (versão digital). Mais de 5,783 milhões de candidatos se inscreveram para participar do exame. 

“Não vamos adiar o Enem. Primeiro porque tomamos todos os cuidados de biossegurança possíveis. Queremos dar tranquilidade para você que vai fazer a prova, assim como aconteceu no domingo (10), em menor proporção, claro, no exame da Fuvest”, disse Ribeiro em entrevista à CNN.

Citando um trecho dos Provérbios da Bíblia, o ministro afirmou que “a esperança que se adia adoece o coração” e que o governo não pode fazer isso com os estudantes e suas expectativas.

Ribeiro também afirmou que o adiamento da prova é pedido por uma minoria. “Uma minoria, barulhenta, mas minoria. Neste ano, colocamos muito mais recursos para alugarmos mais salas, para haver o distanciamento preconizado pelas autoridades sanitárias.”

“É bom eu aproveitar essa oportunidade para dizer que um semestre a menos, se perdermos o Enem, vai atrapalhar toda a programação de acesso dos estudantes às escolas federais e públicas”, continuou.

Sobre a morte do diretor do diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), general Carlos Roberto Pinto de Souza, o ministro disse tratar-se de uma situação lamentável para todos.

“Era uma pessoa muito dedicada, muito querida por todos nós. Ele estava internado há alguns dias e registramos isso com pesar. Quero registrar a morte de outro educador, o Antônio Veronezi, muito amigo meu, muito dedicado, que faleceu de Covid-19. Mas a vida continua, não podemos parar. Temos que seguir em frente.”

Volta às aulas

Sobre a questão da volta às aulas mesmo com a piora dos índices da pandemia do novo coronavírus, Ribeiro disse que em relação às crianças a questão é mais tratada por estados e municípios, “embora o MEC tenha transferido mais de R$ 600 milhões para 119 mil escolas comprares álcool gel e EPIs.

“A criança, o retorno dela, tem que ser mais cuidadoso porque ela não tem tanto juízo, em tese, e quer abraçar o amiguinho, dividir o lanche. A criança precisa ser mais monitorada”, afirmou.

“Já o jovem tem noção de distanciamento social, do que deve fazer, dos cuidados que deve ter para evitar a disseminação da pandemia. Emitimos uma cartilha de protocolo e biossegurança tanto para escolas de educação básica quanto de ensino superior.”

Declaração sobre homossexuais

O ministro também comentou uma declaração dada em outubro ao jornal o Estado de S. Paulo, quando afirmou que muitos adolescentes que optam pelo “caminho do homossexualismo (sic)” o fazem por estarem inseridos no que chamou de “famílias desajustadas”.

“Primeiro, gostaria de dizer que isso faz parte da minha opinião pessoal, não do MEC. Claro que uma pessoa em posição de emitir políticas públicas tem sua visão pessoal, mas nossa visão no MEC é que seguimos a Constituição do Brasil”, disse Ribeiro.

“Sou ministro de todos e vou continuar assim. Emiti uma opinião pessoal, mas isso em nada vai interferir no cuidado, no tratamento que quero dar a toda a população brasileira.”

Questionado se considerava sua afirmação do ano passado preconceituosa, ele afirmou que tratou-se de um momento de “inexperiência em relação ao cargo”.

“Eu não mudei minha posição, mas o que eu quero expressar a todos é que minha maneira de tratar o assunto vai sofrer grande influência. Creio que no tratamento público, no trato das coisas públicas, tenho que ter essa evolução.”

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