Relegada à prateleira dos temas de menor importância em pleitos anteriores, a Amazônia deverá migrar para o centro dos debates na disputa pelo Palácio do Planalto deste ano. Da esquerda à direita, as pré-campanhas dos presidenciáveis têm defendido que a preservação da floresta não é mais um tema restrito à ordem ambiental, mas de economia, relações exteriores e desigualdade social.
A pauta ganha força por se tratar de um ponto de fragilidade do presidente Jair Bolsonaro, postulante à reeleição. Só no último mês, três pré-candidatos à Presidência fizeram discursos e postagens relacionados à proteção do bioma amazônico. No último dia 2, Sergio Moro (Podemos) defendeu a necessidade de se “estabelecer uma meta ambiciosa de desmatamento zero”. No dia 6, Ciro Gomes (PDT) cobrou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal por investigações contra integrantes do governo Bolsonaro que “ampliam a marcha da devastação dos últimos santuários da Amazônia”. No dia 9, Lula declarou que “cuidar da floresta é obrigação ambiental e econômica”.
Em contraponto, os planos e diretrizes das campanhas de 2018 de Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Jair Bolsonaro não tinham sequer a palavra “Amazônia”.