Estudantes indígenas de Rondônia compartilham experiências etnoculturais na 2ª edição da Maloca

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Um momento de troca de experiências culturais marcou as primeiras atividades da 2ª Mostra Estudantil de Arte e Cultura Indígena (Maloca) do Governo de Rondônia, na quinta-feira (18), em Porto Velho. Estudantes indígenas de 25 etnias participaram de palestras e apresentações de dança e música, durante encontro que aconteceu no Memorial Rondon, proporcionando oportunidade de interação e ensino sobre suas tradições ao público.

O encontro iniciou com uma palestra abordando o tema “Patrimônio Cultural”, nas dependências da Igreja de Santo Antônio. Em seguida, os alunos seguiram caminhada até outra base, onde fica a tradicional Oca, com apresentações de alguns rituais, como, por exemplo, danças e cantos que foram interpretados pelos povos Paiter Suruí, do município de Cacoal; e Oro Nao, de Guajará-Mirim.

A estudante Elisângela Sabane, da etnia Sabane, da cidade de Vilhena, compartilhou sua experiência de participação na Maloca. “É a primeira vez que venho ao evento, sendo uma oportunidade para apresentar a diversidade da cultura conhecida pela pintura corporal e muitas outras atividades. O momento também será oportuno para expormos um livro com o título “Menina Moça” feito pelo povo Mamaindê, que faz parte da nossa equipe de Vilhena”, destacou.

Para o estudante Marrone Amoa Uhv Zav Sagur, do povo Gavião, de Ji-Paraná, a Mostra desperta satisfação na busca por novos conhecimentos sobre as origens indígenas no Estado. “É uma alegria vir a Porto Velho interagir com novas etnias. Sou grato pelo momento e pelos ensinamentos e incetivos dos nossos professores que estão sempre à disposição para nos ensinar”, declarou.

Ao todo, mais de 130 pessoas, entre estudantes, professores e sabedores da Cultura Indígena participam desta edição da Maloca, cujo objetivo é de difundir as artes no contexto escolar através de intercâmbio entre alunos e artistas do setor. A comunidade escolar faz parte das juridição das Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) de Alta Floresta, Cacoal, Costa Marques, Espigão do Oeste, Extrema, Guajará-Mirim, Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho, São Francisco do Guaporé e Vilhena.

O governador de Rondônia, Marcos Rocha ressaltou que, o projeto colabora no desenvolvimento humano da população do Estado. “Compartilhar experiências faz parte do processo de formação cidadã, e as atividades propostas por esta Mostra marcam a vida destes estudantes. Temos a satisfação de promover um evento sobre os costumes e tradições dos povos indígenas, para que todas as etnias possam interagir e ao mesmo tempo promover o ensinamento à sociedade em geral, que aprende com esta dinâmica”.

PATRIMÔNIO DA CULTURA

Durante palestra, o professor João Hebert, do projeto patrimonial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) destacou a importância da defesa da vida das etnias. “É importante olhar para os povos indígenas como Patrimônio Cultural de Rondônia, considerando esses que resistiram em suas terras, construíram um processo de patrimônio vivo e apresentaram através da arte. A Educação Patrimonial destaca que não se trata apenas de edifícios, obeliscos ou documentos, mas se forma e acontece em um contexto imaterial, como é o caso dos povos indígenas do Estado”, explicou.

A 2ª edição da Maloca conta com 25 etnias inscritas, sendo que entre os povos estão: Aikanã, Amondawa, Arara, Arikapu, Cinta Larga, Gavião, Jaboti, Massaca, Kampé, Karitiana, Kaxarari, Kwazá, Kwazá Aikanã, Latundê, Makurap, Mamaindê, Oro Eo, Oro Mon, Oro Nao, Oro Waram, Oro Waram Xjein, Puruborá, Sabane, Suruí e Tupari.

ATIVIDADES DA MALOCA

Promovendo a diversidade intercultural na Rede Estadual de Ensino, a Maloca tem sido um projeto fundamental na ampliação do conhecimento sobre as tradições dos povos indígenas. O evento é amparado na Lei nº 9.394 de 1996, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na Lei nº 4.239 de 2018 e a Lei nº 11.645 de 2008.

Segundo a gerente de Artes e Cultura Escolar da Seduc, Sabryne Sena, o evento tem garantido, o reconhecimento e a defesa cultural das comunidades indígenas que fazem parte do Estado. “O Governo de Rondônia tem como objetivo valorizar a cultura dos povos originários, e com a realização da Mostra Estudantil esse propósito vem alcançando nossas metas de promoção. Tivemos um excelente encontro no ano passado, e agora, nesta edição, acreditamos que teremos um alcance ainda melhor”, referenciou.

Além das apresentações no Memorial Rondon, o público poderá contar com outras atividades do evento nos dias 18 e 19 de abril, conforme programação a seguir:

  • DIA 18/4
    14h – Cerimônia de abertura oficial no Teatro Guaporé
    14h50 – Orquestra Sinfônica Brasileira: Arte e Cultura dos Povos Originários Regionais e Educação
    15h45 – Palestra: Grafismo – ‘Como expressão Cultural e Resistência’
    16h às 16h45: Momento Espaço Cultural Indígena (apresentações)
  • DIA 19/4
    07h30 às 09h30 – Tour Cultural
    10h – Roda de conversa para professores no Teatro Guaporé
    10h às 11h45- Oficina de Teatro para estudantes
    14h às 15h –Exibições de cinema
    15h30 às 16h20 – Oficina audiovisual
    16h30 às 17h – Mostra cultural: artesanato, exposição, fotografia e pintura

Confira a galeria de imagens da visita ao Memorial Rondon na 2ª Mostra Estudantil de Arte e Cultura Indígena