PF investiga “rachadinha” com desvios de mais de R$ 10 milhões em cidade do RS

Segundo a polícia, servidores públicos comissionados do município de Bagé seriam obrigados a pagar parte de seus salários para a organização criminosa

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A Polícia Federal (PF) iniciou nesta terça-feira (13) a Operação Coactum III, que investiga um possível esquema de “rachadinhas” e caixa dois eleitoral que teria desviado mais de R$ 10 milhões no município de Bagé, no interior do Rio Grande do Sul.

Na nova ação, a PF trabalha com a possibilidade de inserção de declaração falsa em prestação de contas eleitorais, organização criminosa, peculato e lavagem de capitais, bem como outros crimes contra a administração pública de Bagé.

De acordo com informações apuradas pela investigação, servidores públicos comissionados do município gaúcho estariam sendo obrigados a pagar parte de seus salários para a organização criminosa – a prática é conhecida como “rachadinha”.

O esquema estaria em vigor há pelo menos sete anos, desde 2017. Os valores movimentados, que eram irregularmente destinados a fins eleitorais – o “caixa dois” –, seriam superiores a R$ 10 milhões.

Na manhã desta terça, 72 policiais federais executaram 34 mandados de busca e apreensão domiciliar e pessoal em Bagé, Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC). Entre os alvos, estão agentes políticos e funcionários públicos municipais suspeitos de operacionalizar o esquema.

A operação é um desdobramento da Coactum II, deflagrada em maio deste ano. Na fase anterior, foram apreendidas mídias, dinheiro em espécie e provas de atos irregulares.

Na ocasião, dois servidores também foram presos por peculato, na posse de valores recolhidos de funcionários públicos do município.