Grávida aos 10 anos dá à luz filho e DNA é coletado para identificar pai

Menina teve o filho em um parto cesariano, no início deste mês. Mãe e filho foram encaminhados para uma família acolhedora, em Rio Branco.

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A criança de 10 anos que estava grávida deu à luz um menino no início deste mês na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, no Acre. O bebê nasceu de um parto cesariano e precisou ser encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTI) da unidade.

Após receber os cuidados necessários, mãe e filho passam bem. Os dois deixaram a maternidade da capital acreana, nesta terça-feira (14), e foram encaminhados para uma família acolhedora. A informação foi confirmada ao G1 pela Assistência Social da unidade de saúde.

O delegado que investiga o caso, Valdinei Soares, informou que na semana passada foi coletado o sangue do bebê para que seja feito o exame de DNA e identificar quem é o pai do menino. Após essa confirmação, vai ser possível também saber quem abusou da mãe.

O pai da menina, que foi achado morto dentro de casa em Tarauacá no dia 16 de janeiro, e um vizinho da família são investigados e os principais suspeitos do abuso. A polícia já tem o sangue do vizinho, que chegou preso, e também do pai dela.

Soares explicou que o sangue da criança foi colhido após o parto. O prazo para o exame ficar pronto não foi divulgado. “Já temos todos os elementos para fazer o exame. Vou ligar no Instituto para saber quando vão fazer o exame”, afirmou.

O caso surpreendeu os médicos e é acompanhado pelo Conselho Tutelar, Tribunal de Justiça e Ministério Público do Acre (MP-AC). A investigação é da Polícia Civil de Tarauacá.

Menina morava com o pai

A menina morava com o pai e uma irmã, de 12 anos, no município de Tarauacá. A mãe vive em um seringal na cidade de Jordão. O caso da gravidez foi descoberto após uma denúncia da vereadora da cidade Janaína Furtado, em dezembro do ano passado.

A gravidez da menina foi descoberta aos cinco meses de gestação quando o pai a levou para a maternidade de Cruzeiro do Sul para fazer um aborto legal, mas voltou atrás não permitiu que ela fizesse o procedimento. Desde então, por ordem da Justiça, ela foi encaminhada ao abrigo Educandário Santa Margarida, na capital acreana, onde recebia acompanhamento médico durante a gravidez.

Após o parto, a menina e o filho devem ficar com uma família acolhedora até que uma nova decisão judicial seja dada, segundo a polícia. A menina tem epilepsia e é acompanhada por médicos.

Dois familiares da criança de 10 anos chegaram a ser ouvidos pela Polícia Civil nos dias 14 e 15 de janeiro. Entre os ouvidos estava o pai que era um dos suspeitos de abusar da menina.

A mãe da criança também foi ouvida pela Polícia Civil no município de Jordão, em janeiro deste ano, e disse que só teve conhecimento que a filha sofria abuso quando soube da gravidez. O depoimento da mulher foi baseado nas declarações dadas pela outra filha dela, de 12 anos. A menina, segundo a polícia, confessou para a mãe que o pai dormia com a irmã caçula na mesma cama.

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