Bachelet diz estar preocupada com ‘negação da realidade’ e polarização ligadas à pandemia no Brasil e em outros países

Michelle Bachelet, comissária de direitos humanos na ONU, fez um discurso sobre os impactos da pandemia de Covid-19. Ela criticou Brasil, EUA, Belarus, Tanzânia, Burundi e Nicarágua.

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A comissária de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, incluiu o Brasil entre os países que não lidam bem com as consequências sociais da pandemia de Covid-19 nesta terça-feira (30).

“Na Belarus, Brasil, Burundi, Nicarágua, Tanzânia e nos Estados Unidos -entre outros- estou preocupada com declarações que negam a realidade do contágio viral, e pela crescente polarização em temas chave, que pode intensificar a severidade da pandemia por torpedear esforços para conter o surto e fortalecer os sistemas de saúde”, afirmou a chilena.

Bachelet fez um relatório sobre seu ano à frente da Comissão de Direitos Humanos. O tema da Covid-19 dominou o discurso. “Seis meses depois da detecção dos primeiros casos, é nítido que essa epidemia ameaça tanto a paz como o desenvolvimento, e isso pede mais direitos cívicos, políticos, econômicos, sociais e culturais, não menos”, disse ela.

Bachelet afirmou que a pandemia deveria estimular os governos a adotar medidas fortes e transformadoras para aumentar as proteções que podem ser dadas por políticas baseadas em direitos humanos. Isso acontece com a promoção de saúde pública, confiança nas diretrizes oficiais e mais resiliência econômica.

Michelle Bachelet cita negacionismo de líderes na crise do coronavírus no Brasil

Durante sua fala, ela pediu para que os países adotem uma liderança “baseada em claridade, evidência e princípios para proteger os membros mais vulneráveis da sociedade, para dar uma resposta às profundas desigualdades que se aceleram com o impacto da pandemia”.

“É vital que os líderes mantenham comunicação consistente, com credibilidade e baseada em fatos com o povo que eles servem.”

Ela elogiou alguns países –especialmente a Coreia do Sul. “O governo reconheceu logo no início que eram necessárias políticas para alcançar os mais vulneráveis na sociedade coreana, inclusive os idosos, os sem teto, a comunidade LGBTI e imigrantes sem documentação.”

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