Em Mato Grosso, Bolsonaro diz que ficar em casa durante a pandemia de Covid-19 ‘é para os fracos’

Em discurso para produtores rurais em Sorriso, presidente voltou a criticar o isolamento social, apontado por cientistas como uma das formas para conter o avanço do coronavírus. Brasil tem mais de 135 mil mortes pela doença e é um dos países com maior número de infectados (4,4 milhões de pessoas).

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(Sinop - MT, 18/09/2020) Ato de homenagem do Agronegócio ao Presidente da República . Foto: Alan Santos/PR

Em discurso para produtores rurais em Sorriso (MT) nesta sexta-feira (18), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que ficar em casa durante a pandemia de Covid-19 é “para os fracos”.

Ele voltou a criticar o isolamento social apontado por cientistas e médicos como uma das formas mais eficientes de conter o avanço do coronavírus. O Brasil tem mais de 135 mil mortes pela doença e é um dos países com maior número de infectados (4,4 milhões de pessoas).

“Vocês não pararam durante a pandemia. Vocês não entraram naquela conversinha mole de ‘fique em casa, que a economia a gente vê depois’. Isso é para os fracos. O vírus, eu sempre disse, era uma realidade, e tínhamos que enfrentá-lo. Nada de se acovardar perante aquilo que nós não podemos fugir dele”, afirmou Bolsonaro.
 

“Essa região, esse estado, agiu dessa maneira. O agronegócio, em grande parte, evitou que o Brasil entrasse no colapso econômico. E mais do que isso, nos deu a segurança alimentar.”

Jair Bolsonaro durante discurso em Sorriso — Foto: TV Brasil
Jair Bolsonaro durante discurso em Sorriso — Foto: TV Brasil

Visita a Mato Grosso

Em sua passagem pelo Mato Grosso nesta sexta, Bolsonaro entregou títulos rurais e participou do lançamento da safra de soja.

No discurso a representantes do agronegócio no estado, ele falou que há “alguns focos de incêndio pelo Brasil” e que isso acontece ao longo dos anos. O Pantanal enfrenta uma onda recorde de incêndios, e a fumaça das queimadas já chegou a outras regiões do país.

“Temos sofrido uma crítica muito grande. Porque, obviamente, quanto mais nos atacarem, mais interessa aos nossos concorrentes, para o que temos de melhor, que é o nosso agronegócio”, disse.

Em referência às críticas de outros países sobre as queimadas no Brasil, Bolsonaro rebateu: “Países outros que nos criticam não têm problema de queimada, porque já queimaram tudo nos seus países”.

Avião arremeteu por causa de fumaças

Antes de ir a Sorriso, Bolsonaro passou por Sinop (MT). Ele disse que o avião em que estava teve de arremeter ao chegar à cidade, pois a visibilidade “não estava muito boa”.

“Hoje quando o avião foi aterrissar, ele arremeteu. Foi a 2ª vez na minha vida que acontece isso, uma vez foi no Rio de Janeiro, e, obviamente, algo anormal está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa”, afirmou.

Segundo a administradora do aeroporto de Sinop, havia fumaça no momento do pouso, e o piloto não tinha 100% de visibilidade da pista.

A manobra de arremeter ocorre quando o piloto decide subir novamente com o avião quando a aeronave já está em operação de pouso, em direção ao solo.

A aterrissagem da comitiva, que levava ainda os ministros da Defesa, Augusto Heleno, da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e o chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ocorreu normalmente na segunda tentativa.

Depois do pronunciamento em Sinop, Bolsonaro seguiu de carro para Sorriso. De acordo com o cerimonial da Prefeitura de Sorriso, ele seguiria de helicóptero para a cidade. A assessoria do presidente, no entanto, não disse o motivo que levou à mudança e negou que tenha sido por causa da fumaça. A distância entre as duas cidades é de 84 km. A viagem durou cerca de 1 hora.

Imagem de satélite do Inpe, do dia 1º de agosto, mostra o estado de Mato Grosso quase sem fumaça. — Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Imagem de satélite do Inpe, do dia 1º de agosto, mostra o estado de Mato Grosso quase sem fumaça. — Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Imagem de satélite do Inpe desta sexta-feira (18) mostra nuvem de fumaça sobre a área de Mato Grosso, incluindo de Cuiabá, a capital, e de Sinop, onde o avião do presidente Jair Bolsonaro só conseguiu pousar na segunda tentativa. Pontos coloridos mostram focos de incêndio na quinta-feira e na sexta detectados por dois dos dez satélites do Inpe. — Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Imagem de satélite do Inpe desta sexta-feira (18) mostra nuvem de fumaça sobre a área de Mato Grosso, incluindo de Cuiabá, a capital, e de Sinop, onde o avião do presidente Jair Bolsonaro só conseguiu pousar na segunda tentativa. Pontos coloridos mostram focos de incêndio na quinta-feira e na sexta detectados por dois dos dez satélites do Inpe. — Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

Imagem de satélite do Inpe desta sexta-feira (18) mostra nuvem de fumaça sobre a área de Mato Grosso, incluindo de Cuiabá, a capital, e de Sinop, onde o avião do presidente Jair Bolsonaro só conseguiu pousar na segunda tentativa. Pontos coloridos mostram focos de incêndio na quinta-feira e na sexta detectados por dois dos dez satélites do Inpe. — Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Imagem de satélite do Inpe desta sexta-feira (18) mostra nuvem de fumaça sobre a área de Mato Grosso, incluindo de Cuiabá, a capital, e de Sinop, onde o avião do presidente Jair Bolsonaro só conseguiu pousar na segunda tentativa. Pontos coloridos mostram focos de incêndio na quinta-feira e na sexta detectados por dois dos dez satélites do Inpe. — Foto: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
 

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