Pai que deixa de vacinar não quer o bem do filho, diz mãe do último caso de pólio do Brasil

Deivson tinha por volta de um ano e meio quando apresentou os primeiros sintomas. A coriza e a febre resistiam aos remédios quando, de um dia para o outro, o garoto, que já andava por todo lado, perdeu os movimentos do corpo. "Ficou como um bebê de 1 mês, sabe? Molinho, molinho", relembra a mãe, Devaneide Rodrigues Gonçalves.

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Uma pediatra de Sousa, cidade do sertão paraibano onde a família mora desde aquela época, foi quem levantou a possibilidade de o garoto ter contraído poliomielite. Mas o diagnóstico só poderia ser confirmado por exames a seis horas de carro dali, na capital João Pessoa.

O ano era 1989, e a família só saberia muitos meses depois que Deivson era o último caso registrado de poliomielite no país.

Ao ver o filho caçula doente, Devaneide logo lembrou do irmão de cinco anos que perdeu na década de 1970 para a mesma doença. “Foi rápido demais. Coisa de uma semana meu irmão faleceu. Muito triste. Mas naquela época a medicina não era tão avançada, nem vacina tinha pra gente.”

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