‘Já chega!’, diz China aos EUA no Conselho de Segurança da ONU

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A China se indignou nesta quinta-feira (24) na ONU com os Estados Unidos, que mais uma vez a apontaram como responsável pela disseminação do coronavírus no mundo, em uma reunião por videoconferência do Conselho de Segurança sobre o futuro da governança global.

“Já chega! Já criaram problemas suficientes no mundo!”, disse Zhang Jun, embaixador chinês na ONU, à embaixadora americana Kelly Craft, sob o olhar impassível do chefe da ONU, Antonio Guterres.

“Antes de apontar o dedo aos outros, qual é a causa dos sete milhões de casos de infecção e mais de 200.000 mortes nos Estados Unidos?”, questionou o embaixador chinês, acusando Washington de espalhar “o vírus da desinformação”, “mentir” e “enganar”.

Agir desta forma “não resolverá nenhum problema”, insistiu. “Parem de politizar o vírus (…) uma grande potência deve se comportar como uma grande potência”, disse ele antes de receber o apoio de seu colega russo, Vasily Nebenzia.

Durante a reunião liderada pelo presidente nigeriano Issufu Mahamadu e na qual participaram os líderes da Tunísia e da Estônia, além dos chanceleres da Rússia e da França, Kelly Craft reiterou as acusações feitas pelo presidente Donald Trump na terça-feira em seu discurso ante a Assembleia Geral da ONU.

“Deveria ter vergonha! Estou chocada e indignada com o conteúdo da discussão de hoje”, disse Craft no início de seu discurso.

“Na verdade, estou bastante envergonhada deste Conselho, com membros que aproveitaram a oportunidade para se concentrar em ressentimentos políticos em vez de na questão crítica da agenda”, acrescentou.

“A decisão do Partido Comunista Chinês de ocultar a origem deste vírus, de minimizar seu perigo e de suprimir a cooperação científica transformou uma epidemia local em uma pandemia global”, denunciou a embaixadora.

“Mais importante ainda, essas decisões já custaram centenas de milhares de vidas em todo o mundo. Centenas de milhares”.

Então, após o discurso do embaixador chinês, Craft desapareceu da tela e foi substituída por um diplomata de segundo escalão da missão dos Estados Unidos na ONU.

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