A tendência é que os enlutados contem os dias um a um a partir da morte da pessoa. De acordo com as observações de Elaine Alves, professora da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora em emergências e desastres, os três primeiros meses tendem a ser os mais difíceis nesta construção da resiliência. Contudo, ela alerta que o ciclo do primeiro ano ainda tende a ser mais doloroso pois tudo acontece pela primeira vez, inclusive o dia de Finados. “Nesse sentido, o Finados é uma data horrorosa porque é a primeira vez que a pessoa recebe essa homenagem. Ou seja, a morte é concretizada”, pontua Elaine.
A psicóloga brasiliense Juliana Gebrim aponta, inclusive, que após este primeiro ano, com as dores no mesmo patamar, é necessário busca de ajuda profissional. Um sinal de que chegou a hora de recorrer a este tipo de apoio é quando a pessoa enlutada detectar que não consegue mais realizar as atividades que fazia antes.