O Governo de Rondônia, por meio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), vem desenvolvendo ações em parceria com municípios que solicitam no sentido de combater os casos de malária. Os trabalhos se concentram na aplicação de fumacê e distribuição de mosqueteiros com inseticidas encaminhados pelo Ministério da Saúde.
A malária é uma doença parasitária infecciosa febril aguda que ocorre principalmente nos países situados nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a maioria dos casos se concentra na região Amazônica. As pessoas infectadas apresentam sintomas de febre precedida de calafrios, seguida de sudorese (suor), fraqueza e cefaleia (dor de cabeça).
A malária não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir diretamente à outra pessoa. Para que haja a transmissão, é necessária a participação de um vetor, que, no caso, é a fêmea do mosquito Anopheles (mosquito prego), infectada pelo protozoário Plasmodium. Esse tipo de mosquito é mais abundante ao entardecer e ao amanhecer.
COMBATE À MALÁRIA
Segundo o coordenador do Programa Estadual de Malária da Agevisa, Valdir França, o combate à doença é uma responsabilidade de todos e o resultado dessa parceria é uma diminuição no número de casos ao longo dos anos. Desde a descentralização dos serviços, o artigo quinto da Portaria 1378 de 9 de julho de 2013, prevê que cada município solicite, por meio de ofício a atuação conjunta da Agevisa. “Em 2020, nós realizamos ações nos municípios de Candeias do Jamari, Machadinho, Mirante da Serra, Cujubim, Guajará Mirim e Nova Mamoré. Nesses dois últimos também dentro das Terras Indígenas da região. Já este ano, foram realizadas ações em parceria com as prefeituras de Porto Velho e Costa Marques, especificamente dentro da Reserva Extrativista do Rio Cautário”, explicou o coordenador.
A situação na Resex Rio Cautário, uma unidade de conservação estadual, estava grave. Para se ter uma ideia, de acordo com dados da Agevisa, dos 72 casos de malária registrados em todo o município de Costa Marques, 50 casos foram identificados dentro da Resex, à maioria nas comunidades de Laranjal e Canindé, onde foram realizadas a aplicação de fumacê que só é recomendado quando tem o surto para matar o mosquito infectado. “A ação completa de combate à malária consiste na realização de diagnóstico por meio de exames com a coleta de lâmina e tratamento das pessoas positivadas, além disso, instalamos mosqueteiros impregnados com inseticida, fizemos a borrifação residual dentro das casas e três aplicações espaciais de termo com bomba costal nos espaços abertos no período da noite em dias alternados, sendo três dias de aplicação com intervalo de 5 a 7 dias entre cada aplicação. Dessa forma eliminamos o vetor que é o mosquito”, complementa o coordenador.
Isso é importante porque segundo, Valdir França, a malária do tipo Vivax já vira uma fonte de transmissão no momento em que o morador é infectado, já a do tipo Falciparum demora oito dias. “Por isso é fundamental ter ações de diagnóstico constantes em locais onde a doença é mais presente, como é o caso da Resex Rio Cautário, em Costa Marques. Agimos na comunidade, mas o extrativista vai coletar castanha e acaba tendo contato com o vetor contaminado na floresta e traz a doença para a comunidade. Estamos conversando com a secretaria de saúde de Costa Marques para que o laboratório seja instalado novamente na reserva para evitar a proliferação da doença”, salientou o coordenador.
Agora, a Agevisa também está monitorando a situação em outros locais em relação ao combate à malária. “Hoje a maior preocupação é no município de Mirante da Serra, onde foram localizados 42 casos dentro do assentamento Padre Ezequiel que fica dentro da reserva que leva o mesmo nome”, enfatiza o coordenador.
Outra ação de destaque da Agevisa é quanto à distribuição de mosquiteiros com inseticidas aos municípios mais afetados, enviados ao Estado pelo Ministério da Saúde. Este ano, Rondônia recebeu 15.750 mosquiteiros de cama e 1.500 de rede, que foram distribuídos às populações de Porto Velho, Costa Marques, Cujubim, Machadinho, Guajará mirim, Nova Mamoré, incluindo os 150 entregues na Casa de Saúde Indígena (Casai) do município para a prevenção da malária em terras indígenas da região.