Suspeita da variante ômicron em BH vai ser confirmada ou descartada nesta terça

Professor da UFMG explica que amostras da paciente serão submetidas a procedimentos de genotipagem e sequenciamento genômico

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A suspeita de contaminação pela variante ômicron em uma mulher que está internada no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, poderá ser confirmada ou descartada já nas próximas horas. O trabalho de análise das amostras virais colhidas na paciente já foi iniciado, nesta segunda-feira (29). 

De acordo com o professor de genética humana da Universidade Federal de Minas Gerais, Renan Pedra, que participa do projeto de vigilância genômica desenvolvido no Estado, as amostras do exame estão em processamento. Inicialmente, será feita a genotipagem, procedimento mais simples que o sequenciamento genômico. 

Conforme o docente, a metodologia poderá indicar, em até oito horas, se o caso é relacionado à variante ômicron. “As amostras suspeitas são inicialmente analisadas na genotipagem, que será a caracterização somente de algumas mutações típicas da variante com as informações já disponíveis. Caso elas sejam encontradas, a amostra será submetida à análise do sequenciamento genético”, explicou. 

Neste caso, explica o professor, é necessário um tempo maior, que pode chegar a 5 dias. Durante o sequenciamento genético, é feita uma leitura completa do genoma viral, caracterizando todas as mutações presentes na amostra. Em análises da ômicron, por exemplo, o trabalho deve ser em mais de 50 mutações. Renan Pedra destaca que, mesmo se tratando de uma variante nova, não há diferenças na metodologia em relação ao trabalho feito para identificar casos causados pela delta, por exemplo. 

“Quando surge uma notícia de uma nova variante, nós já temos um gabarito descrevendo essas mutações, em um cenário muito positivo para essa análise porque já sabemos o que estamos procurando. Vou pegar uma amostra que ainda é suspeita e analisar com as informações que temos sobre a variante”, ressalta. 

O caso 

A suspeita em torno de uma contaminação de Covid-19 pela variante ômicron em Belo Horizonte surgiu na manhã desta segunda-feira, quando a prefeitura de Belo Horizonte deu publicidade ao caso. Trata-se de uma mulher de 33 anos, ainda não vacinada contra a Covid-19, que está internada no Hospital Eduardo de Menezes. 

A paciente desembarcou em Belo Horizonte na última semana após ter passado pelo Congo, na África, e pela Turquia. A mulher apresentou sintomas logo que chegou em Belo Horizonte, na última segunda-feira (22) e procurou atendimento na UPA do Hospital Odilon Behrens neste domingo (28). Ela foi submetida a exames que confirmaram o diagnóstico positivo para a doença e foi transferida para ol Eduardo de Menezes.

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