Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (14) o Governo de Rondônia através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclareceu sobre os recentes casos de infecção oftalmológicas (pós-cirúrgicos) originados no mutirão de catarata no Projeto “Enxergar” em Porto Velho. Vem sendo realizado um criterioso acompanhamento quanto ao tratamento de todos os pacientes após as cirurgias, em destaque para os casos em que ocorreram complicações, mas os pacientes estão sendo assistidos.
O secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo destacou que desde o começo do Projeto “Enxergar” já foram realizadas mais de 15 mil cirurgias de catarata e pterígio. No começo da gestão, os pacientes aguardavam na fila há mais de oito anos. Na época havia em Rondônia 500 paciente cegos por causa de catarata, desse número cerca de 400 pessoas voltaram a enxergar depois do projeto.
“É um projeto grandioso, ousado que realmente veio para resolver o problema da catarata em Rondônia onde tem muita gente aguardando uma solução há tantos anos. De 15 mil cirurgias realizadas, que é um número grande, infelizmente houve esses 40 pacientes com processo infeccioso. Dentro de uma cirurgia as complicações podem acontecer, seja cardíaca, cerebral ou nos ossos. Onde quer que seja a cirurgia existe o risco e as complicações. É obvio que nós queremos que nenhum paciente tenha complicações, mas isso não tem como não existe porque a medicina não é uma ciência exata, depende muito do organismo de cada pessoa. Um é diabete outro pode ter uma doença autoimune que pode aumentar o risco das complicações”, disse Fernando Máximo.
É o caso da Dona Orminda Vaz Almeida de 66 anos, diabética que perdeu a visão, mas conseguiu voltar a enxergar depois da cirurgia de catarata. “Na época que perdi a visão eu não tinha condição de pagar, quando apareceu essa oportunidade pelo Governo eu agarrei. Na primeira cirurgia que fiz a recuperação foi rápida, saí enxergando. Já na segunda demorou mais. Falei para equipe que ainda não estava enxergando direito e a partir daí estão cuidando de mim e graças a Deus eu estou bem”, enfatizou Orminda.
Já Silvino Pereira da Silva que também teve uma complicação depois da cirurgia destacou o alto custo da cirurgia e o tratamento recebido pela equipe do projeto. “Depois de 30 dias que agendei eu fiz a cirurgia. Hoje consigo enxergar direito, deu essa infecção no meu olho mas é um mês para a gente ficar 100%, pois ainda estou no tratamento, mas já estou enxergando”, disse.
José Ribamar de 62 anos, aguardou 10 anos para conseguir fazer a cirurgia da catarata. Ele conta que a complicação infecciosa que ocorreu pós cirurgia foi resolvida. “Fui muito bem atendido por eles. Comecei indo de dois em dois dias e agora estou indo de semana em semana. Mas eles me ligam para saber como esta minha recuperação. Fico triste porque as cirurgias estão paradas porque tem muita gente precisando dessas cirurgias, nós sabemos que todas as cirurgias tem risco. Mas desde o início quando foi descoberto já comecei a fazer o tratamento e a cada dia vejo melhorias. Hoje já consigo ver as letrinhas bem pequenas. O médico disse que até três meses com a medicação já volto a enxergar”, disse.
A representante da empresa contratada pelo Governo, a médica Marília Guimaraes informou que todos os pacientes estão sendo assistidos desde o primeiro momento de forma precoce imediata. “Desde que o primeiro caso foi apurado, foi aberta uma sindicância para investigação da causa da infecção. Todo o tratamento e assistência aos pacientes estão sendo realizados, tanto transporte quanto medicamento. Todos foram comunicados e está sendo dado todo o suporte necessário para cada um deles. É muito importante que todos realizem o tratamento que está apresentando resultados positivos para que se alcance a melhora visual”, finalizou.
O Projeto “Enxergar” ofertou cirurgias nos municípios de: Porto Velho, Jaru, Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena.