Maternidade Mãe Esperança é referência no atendimento a mulheres vítimas de violência sexual

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Mulheres vítimas de violência sexual em Porto Velho podem contar com o acolhimento e total apoio de uma equipe multiprofissional que atende na Maternidade Municipal Mãe Esperança. Ao longo desses 16 anos de existência, a unidade de saúde se tornou referência nesse tipo de atendimento, fornecendo todo suporte necessário.

Conforme a assistente social Karígina Suely de Oliveira Gomes, a partir dos 12 anos de idade, toda mulher que sofrer estupro pode ser atendida na maternidade. Esse atendimento acontece durante 24h e as vítimas podem ir direto à unidade em busca do acolhimento ou encaminhadas por outros órgãos, como a Polícia Militar.

“Nós realizamos esse tipo de atendimento desde o início dos trabalhos da maternidade. Nós montamos esses serviços de acordo com a portaria do Ministério da Saúde”, explica.

PROCEDIMENTO

Ao chegar na maternidade, a vítima é acolhida por uma equipe composta de assistente social, psicólogo, médico e enfermeiro, entre outros. Ela é imediatamente ouvida e encaminhada para consulta médica. “Em seguida, realizamos os exames, as profilaxias pós exposição à violência e a contracepção de emergência”, disse a assistente social.

Maternidade Mãe Esperança se tornou referência nesse tipo de atendimento

Nos casos em que ocorrerem gestações decorrentes do estupro, a vítima pode optar pela interrupção da gestação, caso seja seu desejo, mas ela também é informada de mais duas opções: a de permanecer com a gestação e ficar com a criança, sendo assegurado todo acompanhamento até o parto, ou entregar a criança para a adoção.

“Pela lei brasileira, só existem três possibilidades de se interromper uma gestação: no caso de estupro, de fetos anencéfalos e risco iminente de mortes da mãe. Nesses casos as interrupções também são feitas na maternidade”, comentou.

NÚMEROS

Todos os anos são realizados cerca de 90 a 100 atendimentos de mulheres vítimas de estupro. “Esse número poderia ser bem maior, mas sabemos que muitas mulheres não têm coragem, não têm acesso ou não têm informações de como vir até ao serviço de saúde para ser atendida”, lamenta Karígina Oliveira.

Somente nos primeiros seis meses de 2022, mais de 50 mulheres que sofreram violência sexual foram acolhidas pela maternidade. Nessa última semana, quatro vítimas receberam atendimento.

Karígina Suely de Oliveira Gomes, assistente social da maternidade

“A gente percebe que esse número vem aumentando e a informação é muito importante para que as mulheres entendam que precisam de apoio e cuidado”, afirmou a servidora.

Depois que a vítima do estupro recebe esse primeiro atendimento, são feitos os encaminhamentos para que ela faça acompanhamento psicológico e, desta forma, possa superar o trauma.

MENSAGEM

“A principal mensagem é que a mulher não se sinta culpada. Nenhuma mulher é culpada de ser estuprada. Ela terá todo o apoio e terá sua saúde preservada. A gente pode cuidar dela e fazer com que ela possa conviver com isso da melhor forma possível”, enfatizou Karigina Oliveira, acrescentando que é mantido sigilo absoluto sobre todos os casos.

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