Apesar de ser o planeta do sistema solar com características mais próximas da Terra, Marte ainda está bem longe de ser como nosso planeta e isso fica claro pela completa ausência de vida (pelo menos na superfície) por lá. Mas como a Terra escapou de se tornar um planeta deserto como os nossos vizinhos? Um artigo indica algumas possíveis respostas para isso.
A publicação da Nature Communications indica como a Terra se tornou um planeta capaz de abrigar vida, tal qual conhecemos, e como ocorreu o desenvolvimento de outros planetas do Sistema Solar. A resposta para não sermos como Marte parece estar no campo magnético.
Alguns pesquisadores defendem que Marte já teve um campo magnético, mas, com o passar dos anos, o campo desapareceu e deixou o planeta vulnerável às intempéries do espaço, como vento solar, às consequências superficiais, como a ausência de oceanos.
Um dos principais motivos de a Terra ser como é, está no centro do planeta. Isso porque o núcleo da Terra e o campo magnético do planeta estão intimamente correlacionados. O campo magnético da terra é gerado através do núcleo externo, onde há ferro em estado líquido gerando corrente elétrica e favorecendo um fenômeno chamado de geodínamo que efetivamente produz o campo.
Lembre-se de que a Terra é composta por camadas: a crosta, onde há vida; o manto, a camada mais espessa do planeta; o núcleo externo fundido; e o núcleo interno sólido. Compreender a dinâmica e o crescimento do núcleo interno e do campo magnético tem implicações importantes, não apenas para desvendar o passado da Terra e prever seu futuro, mas também entender como os outros planetas poderiam formar escudos magnéticos e gerar as condições necessárias para abrigar vida.
Ainda é cedo para determinar se o diferencial da Terra é o campo magnético
Ainda não está claro se a falta de um campo magnético na Terra teria efeito tão devastador como ocorreu em Marte. O pesquisador de Rochester, John Tarduno, suspeita que o planeta seria muito diferente do que é, “a Terra certamente teria perdido muito mais água se o campo magnético da Terra não tivesse sido regenerado. O planeta seria muito mais seco e muito diferente do que é atualmente”.
A pesquisa realizada enfatiza a importância da existência de um campo magnético capaz de proteger as características superficiais do planeta e, quem sabe, abrigar vida.
Em matéria publicada anteriormente, o Olhar Digital destacou outro estudo da Nature Communications que aponta a incapacidade de Marte em sustentar água líquida em sua superfície, graças à finíssima atmosfera criada com o fim do campo magnético do planeta vermelho há bilhões de anos.