Logo que o avião de São Paulo até Brasília pousou na manhã desta sexta-feira, 30, alguns passageiros puxaram o coro de ‘olê, olê, olê, olá… Lula, Lula’ e logo na sequência emendaram um dos principais hits da eleição presidencial de 2022, “Tá na hora do Jair já ir embora”. Foi nesse clima que a reportagem do Terra desembarcou na capital federal para acompanhar a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 1º de janeiro.
Embora o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek não estivesse muito movimentado, volta e meia apoiadores de Lula, identificados com camisetas do PT ou estampadas com o rosto do presidente eleito, cruzavam o portão de desembarque. O clima era de animação e pouca preocupação com possíveis hostilidades que poderiam encontrar.
“Estou com minha passagem comprada há quatro meses, porque sempre confiei na volta de um presidente decente no Brasil”, disse Mauro Meirelles, que veio de São Paulo e desembarcou usando um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
“Estou muito ansioso por essa posse, vai ser uma festa linda, apesar das pessoas que querem acabar com o brilho da festa, a democracia vai vencer”, completou, mencionando apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que estão acampados em frente ao QG do Exército, na capital federal, e falam em não deixar Lula subir a rampa para ser empossado como presidente.
Esse é o mesmo sentimento de Junéia Batista, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que afirmou estar se sentindo segura apesar das ameaças. “Não podemos ter medo, eles fazem essas coisas para intimidar as pessoas, mas isso é terrorismo, não é democracia”, falou na conversa com a reportagem. Questionada sobre o fato de Bolsonaro ter deixado o país para não passar a faixa a Lula, ela comentou: “Eu não defendo que ele pegue as malinhas e vai embora, não, ele tem que ser preso”.