Saiu na Zero Hora | Menino que deixou a floresta em Rondônia ganha segunda chance após transplante de rim em Porto Alegre

Doente renal crônico, Marrony, 13 anos, veio com a família para a capital gaúcha em busca de tratamento na Santa Casa

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Marrony Amóa Zoró, menino miúdo que aparenta menos do que seus 13 anos, precisou deixar a floresta e desbravar a cidade grande para salvar sua vida. Morador da aldeia Ikolen, na terra indígena Igarapé Lourdes, no interior de Rondônia, na Região Norte do país, ele chegou a Porto Alegre com a família em abril. Doente renal crônico, veio em busca de tratamento na Santa Casa, centro de referência nacional em transplante renal pediátrico. Os rins do garoto não funcionavam mais, e ele dependia de uma máquina de diálise, à qual passava as noites conectado por meio de um cateter. Marrony, assombrado pela imensidão da Capital e por uma língua que não domina, teve de se adaptar a uma rotina em tudo diferente do que conhecia até então enquanto esperava por um doador.

Enildo Kavtere Gavião, 33 anos, padrasto de Marrony, improvisa como porta-voz da família. É o único que fala fluentemente o português. A dona de casa Eronice, 30 anos, mãe do garoto, entende o idioma, mas prefere se comunicar em tupi mondé, traduzido pelo marido. Tímido, Marrony não disse nada durante toda a manhã da quinta-feira (26), quando a reportagem de GaúchaZH o acompanhou durante a espera por exames e uma consulta no Hospital da Criança Santo Antônio. A muito custo, sorriu. De resto, só balançou a cabeça, em respostas afirmativas ou negativas. Enildo recordou o susto quando foi informado de que teria de atravessar o país para cuidar da debilitada saúde do enteado.

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