Shein anuncia investimento de R$ 750 milhões para produção no Brasil e espera gerar 100 mil empregos

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A marca de fast fashion Shein anunciou nesta quinta-feira (20) que vai investir R$ 750 milhões no Brasil nos próximos anos para estabelecer uma rede com milhares de fabricantes do setor têxtil no país.

Segundo a gigante asiática de e-commerce, a ideia é fornecer tecnologia e treinamento a esses fabricantes para que eles atualizem seus modelos de produção e adotem um formato sob demanda da empresa.

“A Shein (…) anuncia hoje que fará um grande investimento no Brasil, a fim de tornar o país um polo mais moderno de produção têxtil e de exportação para a América Latina”, diz o comunicado divulgado pela varejista nesta quinta-feira (20). 

A companhia asiática também anunciou um marketplace para produtos e vendedores no Brasil, com o intuito de “atender às demandas dos clientes por uma maior variedade de produtos e agilidade de entrega”.

“Um dos objetivos do marketplace é ajudar a capacitar a comunidade de vendedores locais para alcançar a base de clientes da empresa por meio do site e do aplicativo da companhia”, continua o comunicado.

A Shein disse ainda que pretende fazer parceria com 2 mil fabricantes do país — o que deve gerar, segundo a marca, 100 mil empregos nos próximos três anos.

Ainda de acordo com a empresa, que é uma das mais procuradas pelo público jovem feminino no país, até o final de 2026 cerca de 85% de suas vendas no Brasil devem corresponder a fabricantes e vendedores locais.

“Temos visto grande sucesso no Brasil desde nosso lançamento em 2020 e, com a crescente demanda dos consumidores, vimos a oportunidade de localizar mais a nossa cadeia de fornecimento para beneficiar os consumidores, as pequenas empresas e a economia em geral”, afirmou Marcelo Claure, chefe da Shein para a América Latina.

Anúncio de Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), havia anunciado mais cedo que a Shein pretende nacionalizar 85% das vendas em até quatro anos.

“Os produtos serão feitos no Brasil. Eles próprios vão dar os números de investimento mais tarde”, disse o ministro. 

Além disso, a plataforma se comprometeu a aderir ao plano de conformidade da Receita Federal e “normalizar as relações com o ministério da Fazenda”, continuou Haddad. “Se a regra valer pra todo mundo, eles absorverão os custos dessa conformidade, não repassarão.”

Segundo Haddad, essa movimentação vai trazer investimentos para o país e equilibrar as condições de produção e comércio para varejistas nacionais e internacionais.

“Nós queremos investimentos estrangeiros, nós apreciamos o comércio eletrônico, queremos condições competitivas para que nós não prejudiquemos empregos no Brasil e as lojas do varejo brasileiro.” 

O ministro disse que o plano de conformidade vai seguir o exemplo “dos países desenvolvidos”. “É o que se chama no exterior de digital tax, um imposto digital. Ou seja, quando o consumidor comprar, ele está desonerado de qualquer recolhimento de tributo. A tributação terá sido feita pela empresa sem repassar para o consumidor nenhum custo adicional”, relatou.