Coronavírus: Pessoas em isolamento social aproveitam tempo em casa para oferecer lar temporário a pets

Voluntários afirmam que, além de ajudar os animais, companhia contribui para manter rotina e combater ansiedade.

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Temporariamente em casa seguindo recomendações de isolamento social para evitar o contágio pelo novo coronavírus, algumas pessoas estão aproveitando o período para dar um lar temporário a animais resgatados que aguardam por uma adoção definitiva.

Além de uma boa ação, a adoção temporária dos animais se tornou uma forma de ter uma nova companhia e combater a ansiedade durante a quarentena.

De acordo com grupos de voluntários que atuam no resgate de animais, o aumento da oferta de lares temporários acontece em boa hora, já que muitos hotéis de animais e estabelecimentos que abrigavam os bichinhos estão fechados.

“O lar temporário é fundamental para que o animal possa ter um ambiente acolhedor, com atenção a ele, até que uma família o adote em definitivo”, afirmou a médica veterinária Silvana Mendes (veja abaixo como ajudar).

Ajuda mútua

Com uma jornada ocupada pelo trabalho e pelos estudos, o assessor jurídico Italo Chiodelli, de 29 anos, não tinha tempo suficiente para dar a atenção necessária a um pet até que passou a trabalhar em casa, junto com a namorada.

“Nós sempre gostamos muito de pets. Com os dois em home office, pudemos fazer isso”, afirmou.

Agnes ficou um mês na casa de Ítalo e da namorada, em Curitiba — Foto: Arquivo pessoal

Os dois ficaram com a cachorrinha Agnes em casa por quase um mês, até que ela conseguisse um lar definitivo.

Além da vontade de ajudar instituições que resgatam animais, Ítalo disse que a companhia do pet ajudou a enfrentar a ansiedade gerada pela pandemia.

“Nós estávamos há uma semana fechados em casa, muito abalados. Fizemos o lar temporário a princípio para ajudar a Agnes, mas a verdade é que ela nos ajudou”, disse Ítalo.

Mensagens de apoio

Para ajudar a encontrar um novo lar para a Agnes, o casal fez fotos da cachorrinha com mensagens motivacionais.

“Fizemos algumas imagens descontraídas para postar nas redes sociais e ajudá-la a ser adotada. Assim, também passamos uma mensagem legal para quem está aflito”, contou Ítalo.

A cachorrinha Agnes ganhou um ensaio fotográfico com mensagens motivacionais — Foto: Arquivo pessoal

‘Esperança em tempo de incerteza’

A estudante de Ciências Sociais Julia Maia, de 21 anos, veio de São Paulo para Curitiba para passar o fim de semana na casa do namorado justamente quando surgiram os primeiros casos de coronavírus na capital paulista.

“Vim passar uns dias e acabei ficando para a quarentena toda”, disse.

Sem aulas e com muita vontade de ajudar um animalzinho, os dois procuraram um pet para fazer o lar temporário. “Nós moramos longe um do outro. Hoje não podemos ter um cachorro, mas aproveitamos este momento para adotar temporariamente um”, disse.

Tom, o cachorro que ficou na casa deles por algumas semanas, foi importante para o casal enfrentar os primeiros dias de confinamento.

“A presença dele dinamizou a nossa vida. Deu uma esperança em um momento cheio de incertezas”, afirmou.

Segundo Julia, Tom ajudou ela e o namorado a superar o 'período de incertezas' — Foto: Arquivo pessoal

Além de Julia e o namorado conseguirem uma companhia, o lar temporário foi fundamental para que Tom encontrasse um novo lar. “É um cachorro que estava na rua e graças à nossa ajuda está mais próximo de um lar”, disse.

Oportunidade

O isolamento social permitiu que a estudante de medicina Marina Nanni tivesse a oportunidade de experimentar uma adoção temporária.

Marina sempre quis adotar um cachorro, mas um dos amigos com quem divide casa não quer ter um pet.

Com a suspensão das aulas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o amigo dela voltou temporariamente para a casa da família. Ao longo deste período, ela já se ofereceu para duas adoções temporárias.

Remy ficou 15 dias na casa com Marina — Foto: Arquivo pessoal

“É muito bom, porque muda a dinâmica da casa, ajuda a manter uma rotina nos cuidados a ele. É uma alegria pro nosso dia a dia”, disse Marina.

O primeiro cachorrinho, o Remy, conseguiu um lar definitivo após 15 dias na cada.

O segundo pet ainda busca uma nova família. “A gente se apega, é um pouco difícil quando eles vão embora. Por outro lado, é muito bom saber que eles vão ter uma nova família”, completou.

Como fazer lar temporário?

Para oferecer lar temporário aos pets, é necessário ter um espaço confortável ao animal, tempo para dar atenção a ele e, no caso dos gatos, telas nas janelas do apartamento.

Os grupos que resgatam os animais e cuidam da adoção dos animais orientam os voluntários como algumas adaptações podem ser feitas na casa para abrigar temporariamente os bichinhos.

Veja alguns grupos que resgatam animais que precisam de lar temporário:

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