É #FAKE que vídeo mostre Alexandre de Moraes fazendo ameaças ao STF antes de ser ministro

Vídeo foi gravado durante o julgamento da continuidade do inquérito das fake news. No trecho cortado, ministro lê mensagem de um internauta fazendo ameaças à Corte.

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Circula pelas redes sociais um vídeo do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes lendo a seguinte mensagem: “Quanto custa atirar à queima-roupa nas costas de cada ministro filho da puta do Supremo Tribunal Federal que queira acabar com a prisão em segunda instância? Se acabar com a prisão em segunda instância só nos resta jogar combustível e tocar fogo no plenário do Supremo Tribunal Federal com ministros barbies dentro”. A legenda diz: “Antes de ser ministro do STF. Está aí o Alexandre de Moraes”. É #FAKE.

Selo #FAKE — Foto: G1

Selo #FAKE — Foto: G1

O vídeo em que Alexandre de Moraes faz essa afirmação não foi gravado antes de ele ser ministro do STF. A imagem foi feita durante o julgamento da continuidade do inquérito das fake news, em 17 de junho de 2020. O julgamento foi concluído no dia 18. Por 10 votos a 1, o STF decidiu que o inquérito das fake news deve continuar. A investigação foi aberta pelo próprio tribunal para apurar ameaças a seus integrantes e a disseminação de conteúdo falso na internet. Apenas o ministro Marco Aurélio divergiu.

O vídeo foi editado, cortado, para fazer parecer que a declaração partiu do ministro. Na verdade, nesse trecho do vídeo, Moraes lê uma mensagem que circula na internet com ameaças aos ministros do STF.

Em seu voto, Moraes deu diversos exemplos de ameaças publicadas contra ministros. Uma outra mensagem mostrada pelo ministro diz: “Que estuprem e matem as filhas dos ordinários ministros do STF”. Moraes reagiu, logo após ler a frase: “Em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é bandidagem, criminalidade. Postado por uma advogada do Rio Grande do Sul, incitando o estupro”.

O ministro citou ainda o caso de um artefato que explodiu em frente à casa de um dos integrantes da Corte. “Para que se pare de uma vez por todas de se fazer confusões de críticas, por mais ácidas que sejam, que devem existir e continuar, com agressões, ameaças e coações”, explicou.

O julgamento analisou uma ação do partido Rede Sustentabilidade, que, em 2019, contestou a abertura do inquérito. Mas o próprio partido disse que, diante da escalada das fake news, o inquérito deve continuar.

Foi no âmbito desse inquérito que o ministro Alexandre de Moraes autorizou uma operação, em maio de 2020, que realizou buscas e apreensões contra empresários e blogueiros ligados ao presidente Jair Bolsonaro.

Para Moraes, existem provas que apontam para a “real possibilidade” de uma associação criminosa ter sido formada para a disseminação das fake news. Ele afirmou ainda que as informações falsas afetam a independência entre os poderes e põem em risco a democracia.

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